Características do rosto ajudam a formiga a sobreviver
Em novo estudo publicado na Myrmecological News, pesquisadores da Kennesaw State University in Georgia (EUA) revelaram que as características do rosto de uma formiga não são em vão, e carregam aspectos que ajudam em sua sobrevivência. Para chegar a essa descoberta, o grupo analisou as informações de aproximadamente 11 mil formigas.
Em 2022, vimos a verdadeira face das formigas. Agora, uma nova análise leva isso a outro nível, ao lançar a ideia de que as diferentes texturas e padrões encontrados nos rostos desses insetos podem oferecer algum tipo de benefício.
Os pesquisadores notaram que algumas espécies que vivem no solo possuem cristas faciais (semelhantes a impressões digitais) elevadas que estão tão próximas umas das outras que os grãos de areia não cabem entre elas. Isso pode sugerir que as cristas protegem as formigas de arranhões e marcas na pele.
O que surpreendeu os cientistas foi o fato de que os rostos das formigas são detalhados e variados. Ao obter closes dessas faces, o grupo criou categorias mais amplas para os padrões faciais, como liso ou pontilhado, que ajudaram não apenas a classificar as imagens como também a responder questões de por que diferentes padrões evoluíram e que papel eles poderiam desempenhar no comportamento desses animais.
Mapear texturas faciais em uma árvore evolutiva de gêneros de formigas sugere que as linhagens modernas de formigas devem ter evoluído a partir de ancestrais de faces lisas. O artigo também aponta que desde que as formigas surgiram, há cerca de 160 a 140 milhões de anos, perto do início do Período Cretáceo, várias texturas faciais apareceram, desapareceram e até reapareceram.
Mas os pesquisadores ressaltam que texturas que parecem iguais podem não produzir o mesmo benefício em espécies diferentes. De qualquer forma, é só o começo: o próprio grupo reconhece que a confirmação de quaisquer possíveis benefícios para os padrões precisa de experimentos, em vez de apenas classificação de imagens.
Formigas intrigam ciência
Não é de hoje que esses insetos atraem a atenção de especialistas. No último mês de outubro, um estudo conseguiu reprogramar o cérebro de formigas e mudar sua função na colônia. Outro estudo também já chegou a mostrar que as formigas interagem vomitando umas nas outras.
