Brasil lança iniciativa para reduzir a poluição por plásticos no setor de alimentos e bebidas

Anúncio foi feito pelo Brasil nesta terça (21), durante a primeira Conferência Anual Plastic Reboot, que reúne representantes de 15 países em Salvador (BA). O projeto brasileiro terá como foco a redução do consumo e descarte de plástico descartável no setor de alimentos e bebidas, com projetos-piloto na Baixada Santista (SP), Belém (PA), Florianópolis (SC), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA). Lançada em abril em Washington, D.C., a iniciativa global Plastic Reboot investirá mais de 100 milhões de dólares no combate à poluição plástica.
Representantes de 15 países da África, Ásia e América Latina se reúnem esta semana em Salvador (BA) para a primeira Conferência Anual Plastic Reboot, um fórum global para promover soluções circulares focadas em reduzir a poluição plástica.
O evento, organizado pelo Governo do Brasil em parceria com o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), é um marco importante para o programa global Plastic Reboot. A iniciativa de US$ 108 milhões combate a poluição plástica por meio de uma abordagem de ciclo de vida; desde a produção até seu uso e descarte, limitando os problemas potenciais causados por produtos plásticos em todas as fases de seu ciclo de vida.
“Enquanto aguardamos a retomada das negociações de um tratado global sobre plásticos, estou feliz em ver o Brasil usando os recursos do GEF para assumir um papel de liderança global na busca de soluções circulares para a poluição plástica”, disse o CEO e presidente do GEF, Carlos Manuel Rodríguez.
“A experiência do país mostra o enorme potencial de uma abordagem de ‘ciclo de vida completo’ para os plásticos, ajudando a traçar uma rota para outras nações que trabalham para acabar com o ciclo de poluição. A primeira Conferência Anual Plastic Reboot marca um momento importante em nossa luta contra a poluição plástica, e é muito significativo que o Brasil esteja sediando este evento, já que seu próprio projeto Plastic Reboot tem muito potencial para transformar o uso de plástico.”
Além de ser o país anfitrião, o Brasil está lançando seu próprio projeto nacional Plastic Reboot no evento inaugural. Este projeto nacional se concentra no avanço da circularidade e na redução do consumo e descarte de plástico descartável no setor de alimentos e bebidas. As embalagens do setor de alimentos e bebidas respondem por cerca de 40% do consumo global de plástico, tornando-se um dos principais impulsionadores de resíduos plásticos, especialmente em pontos turísticos.

O plástico está profundamente enraizado em nossas vidas e economias, e a poluição plástica continua a aumentar. Pesquisas recentes mostram que a abordagem do ciclo de vida, fundamental para soluções circulares, pode resultar em uma economia de US$ 70 bilhões em despesas de gestão de resíduos para os governos e de US$ 4,5 trilhões em custos sociais e ambientais até 2040.
O projeto nacional Plastic Reboot trabalhará com o setor de hotéis, restaurantes e de buffets para criar uma política e um ambiente regulatório testado nas cidades costeiras. Projetos-piloto serão implementados em cinco regiões brasileiras: Baixada Santista (SP), Belém (PA), Florianópolis (SC), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA).
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, afirmou: “O Brasil está comprometido em fornecer o apoio necessário às partes interessadas para reduzir e eliminar produtos plásticos descartáveis e gerenciar resíduos plásticos em todo o ciclo de vida do plástico. Ao se concentrar na inovação upstream e na circularidade no setor de alimentos e bebidas, o Brasil espera inspirar uma transformação global. Combater a poluição por plástico não é apenas um imperativo ambiental, mas também um desafio científico e tecnológico que exige cooperação global. Para o Brasil, o MCTI — por meio de sua Secretaria de Políticas e Programas Estratégicos (SEPPE), representada pela secretária Andrea Latgé na conferência — está comprometido em liderar pelo exemplo, promovendo o intercâmbio de conhecimento, apoiando ecossistemas de inovação e promovendo soluções de economia circular que conectam ciência, sociedade e desenvolvimento sustentável.”
Além do Brasil, o programa global Plastic Reboot envolve outros 14 países: Burkina Faso, Camboja, Ilhas Cook, Costa Rica, República Dominicana, Índia, Jordânia, Laos, Peru, Filipinas, Marrocos, Nigéria, Senegal e África do Sul.
O programa se concentra em intervenções para reduzir a poluição plástica na fonte – como projetar embalagens para reutilização e reciclabilidade, introduzir incentivos e ferramentas regulatórias como Responsabilidade Estendida do Produtor (EPR) e otimizar as cadeias de suprimentos para minimizar o descarte de plástico. Juntamente com parceiros globais, esses países se reúnem na conferência inaugural Plastic Reboot para compartilhar as melhores práticas e lições aprendidas, discutir caminhos políticos e fortalecer a colaboração em direção a uma economia de plástico mais circular e sustentável.
“Agora é a hora de transformar conhecimento em ação significativa”, disse a diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen.
“O Plastic Reboot apoia a mudança de que precisamos, impulsionando a inovação e apoiando os governos no estabelecimento de um ambiente político e jurídico propício para acelerar uma transformação da maneira como os produtos plásticos são projetados, produzidos e utilizados. É também um sinal claro da vontade dos Estados-Membros de agir e uma prova do que é possível fazer quando trabalhamos juntos para alcançar uma transformação global para combater a poluição plástica.”
Ao se concentrar na inovação upstream, ou seja, à montante do ciclo de vida, e na circularidade no setor de alimentos e bebidas, o programa Plastic Reboot reflete a disposição dos Estados-membros e demonstra a liderança do Brasil na condução de ações globais para conter a poluição plástica.
NOTAS AOS EDITORES
Sobre o Plastic Reboot:
O Plastic Reboot é um programa global que visa reduzir a poluição plástica, promovendo soluções circulares upstream e midstream no setor de alimentos e bebidas. Reúne 15 países –África do Sul, Brasil, Burkina Faso, Camboja, Costa Rica, Filipinas, Ilhas Cook, Índia, Jordânia, Laos, Marrocos, Nigéria, Peru, República Dominicana e Senegal – trabalhando para combater a poluição plástica onde ela começa. Até 2030, a iniciativa visa catalisar mudanças sistêmicas global e nacionalmente, alavancando investimentos, inovação de políticas, engajamento do setor privado e suporte técnico para testar e dimensionar soluções circulares.
O programa é financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), coliderado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e implementado com parceiros, incluindo a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Sobre o Fundo Global para o Meio Ambiente:
O Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) inclui vários fundos multilaterais que trabalham juntos para enfrentar os desafios mais urgentes do planeta de forma integrada. Seu financiamento ajuda os países em desenvolvimento a enfrentar desafios complexos e trabalhar para atingir as metas ambientais internacionais. Nas últimas três décadas, o GEF forneceu mais de US$ 26 bilhões em financiamento, principalmente como doações, e mobilizou outros US$ 153 bilhões para projetos prioritários conduzidos pelo país.