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Bombeiros registram 369 focos de queimadas este mês na PB

Bombeiros registram 369 focos de queimadas este mês na PB

Sertão paraibano concentra maior quantidade de ocorrências; Corporação realiza até fevereiro a “Operação Queimadas”

Ao todo, 369 ocorrências de queimadas foram registradas em toda a Paraíba apenas no mês de outubro. Este é o resultado da primeira etapa da Operação Queimadas, iniciada neste mês pelo Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba (CBMPB) e que também identificou que o Sertão é a área onde mais acontecem incêndios em vegetação e que, portanto, demanda os maiores cuidados.

Durante todo o ano de 2020, foram 795 registros de incêndios/queimadas no Estado. Em 2019, por sua vez, foram 726 deslocamentos de guarnições do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba para esse tipo de ocorrência. Conforme nota divulgada pela seção de relações públicas e assessoria de imprensa do CBMPB, todo o efetivo que atua na área de combate a incêndio da entidade está envolvido na Operação Queimadas 2021.

A iniciativa foi lançada no dia 1º de outubro deste ano e trata-se de uma ação preventiva do CBMPB que abrange toda a Paraíba. O objetivo segundo a nota é “a implementação de uma doutrina uniformizada de Prevenção e Combate a Incêndio Florestal (PCIF) no Estado”, visando, assim, a redução dos impactos ambientais e sociais causados pelos incêndios florestais no território paraibano durante o período de estiagem.

Desta forma, são realizadas desde o início do mês ações de prevenção e combate a incêndios em áreas de vegetação que seguem até fevereiro de 2022. As atividades incluem: palestras, capacitação, panfletagem sobre os cuidados durante a estiagem, esclarecimentos quanto à queimada ser tipificada como crime, orientações sobre como efetuar a queima controlada, ações de resposta às ocorrências de incêndios em vegetação e, por último, caso seja necessário, a oferta de recurso logístico e humano para as regionais envolvidas na ação.

Segundo aponta a corporação, é no período de estiagem e de aumento da temperatura que a quantidade de queimadas aumenta consideravelmente e, se for aliada à ação humana, elas podem piorar ainda mais. Por isso, a proposta do Corpo de Bombeiros é que através desta operação seja possível reduzir o quantitativo de área queimada, diminuir os impactos ambientais, seja a fauna ou a flora, minimizar os danos à saúde da população e minimizar as perdas econômicas causadas pelo uso indiscriminado do fogo.

O coronel do 3º Comando Regional de Bombeiros Militar da Paraíba, Saulo Laurentino, é o mentor do projeto e ressalta que a Operação Queimadas é um avanço nas políticas de prevenção e combate a incêndios em vegetação realizadas pelo CBMPB, pois as ações de proteção ambiental, defesa dos animais e combate a eliminação dos gases do efeito estufa têm se destacado, somados aos problemas respiratórios resultantes da pandemia da covid-19.

Áreas ambientais são afetadas

As queimadas são práticas agrícolas realizadas para limpeza ou preparação do solo antes do plantio. É uma das práticas mais realizadas pelos agricultores do Semiárido paraibano e nesta época do ano a estiagem, a baixa umidade relativa do ar e as altas temperaturas são fatores naturais que facilitam à propagação de grandes incêndios em vegetação.

É uma ação que na maioria das vezes acontece sem a devida orientação dos órgãos competentes e que entre os seus principais danos, está a eliminação de nutrientes essenciais às plantas. As queimadas também causam prejuízos incalculáveis à fauna e a flora, ao patrimônio alheio, ao meio ambiente e a saúde da população.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, as queimadas atingem áreas de preservação ambiental, como o Pico do Jabre, e trazem uma série de prejuízos à biodiversidade, ecossistemas e a qualidade do ar, principalmente no segundo semestre do ano. Além disso, estes incêndios prejudicam a camada dos primeiros 10 centímetros do solo que é de onde as plantas tiram os nutrientes.

A Lei Federal nº 9.605/98 e o Código Penal Brasileiro preveem que quem provocar queimadas ou causar poluição de qualquer natureza estará sujeito às sanções que vão de multa até reclusão. Em suas orientações, os bombeiros defendem que o manejo adequado da água e do solo podem definitivamente excluir esta atividade da rotina do agricultor já que estes incêndios são iniciados quase sempre nas propriedades rurais através da prática agrícola com utilização indiscriminada do fogo ou às margens das rodovias.

Alguns órgãos de pesquisa agropecuária vêm desenvolvendo formas de produção sustentável que não necessitam do fogo para limpeza ou manutenção e esta é uma outra orientação do CBMPB: que os agricultores procurem essas entidades para obter a instrução adequada.