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Bahia decreta calamidade após ciclone; entenda como o fenômeno se formou

Bahia decreta calamidade após ciclone; entenda como o fenômeno se formou

Um ciclone extratropical formado na costa Sul do Brasil ajudou a provocar fortes chuvas em cidades do sul da Bahia ontem. O governo estadual decretou estado de calamidade em 24 municípios. Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram cidades totalmente inundadas, como Jucuruçu, Nova Alegria e Itamaraju, que registrou volume de 450 mm de chuva. Trechos de rodovias também foram danificados pela chuva.

O mau tempo deve continuar hoje. Segundo o MetSul, na terça-feira (7), um centro de baixa pressão começou a se aprofundar na costa do Rio de Janeiro e se moveu para o Sul pelo Oceano Atlântico. À medida que se deslocou para o Sul, ele passou a se aprofundar em mar aberto, começando a organizar uma espiral de nuvens típica de formação ciclônica, o que ocorreu durante esta quinta-feira.

O centro de baixa pressão que formou o fenômeno está mais ao Norte do que o usual, o que fez com que formasse uma frente na altura no nordeste de Minas Gerais, norte do Espírito Santo e oeste e sul da Bahia.

Meteorologistas apontam que o ciclone deve se intensificar ainda mais hoje, mas sem passar próximo à costa brasileira. Segundo Luiz F. Nachtigall, meteorologista da MetSul, “por estar distante da costa, o ciclone extratropical não oferece riscos no Sul do Brasil”.

“Ao contrário, como é comum este tipo de fenômeno impulsionar ar seco a Oeste da sua posição, o que traz é sol e predomínio do tempo firme. Esta tempestade no mar ainda foi responsável por trazer ar mais frio de trajetória marítima com geada no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, além de clima de inverno na cidade de São Paulo”, explica.

Chuvas castigam cidades do interior da Bahia - Reprodução/MetSul - Reprodução/MetSul

Imagem de satélite mostra a formação do ciclone extratropical no oceano Atlântico Imagem: Reprodução/MetSul

De acordo com a Climatempo, no sul da Bahia a chuva começa a diminuir sábado, mas o oeste do estado ainda fica bastante carregado. É a partir do domingo (12), que a chuva diminui de forma geral no estado.

‘Avaliação só depois que a água baixar’, diz governador

Na noite de ontem, o governo estadual montou força-tarefa para enviar ajudas aos municípios de Teixeira de Freitas, Jucuruçu, Prado e Itamaraju. O Grupamento Aéreo da Polícia Militar da Bahia (Graer) emprega três aeronaves para atendimento específico de demandas urgentes de defesa social e bombeiros que estavam de férias foram acionados para auxiliar nas operações de resgate de moradores ilhados. A sociedade civil também se mobilizou para arrecadar doações para as famílias afetadas.

“Assim que a água baixar, vamos fazer um levantamento detalhado de tudo que precisa ser reconstruído: estradas, pontes e casas que foram destruídas. Mas só dá para fazer esse levantamento depois que a água baixar, porque você precisa ver o estrago, de fato, e a solução técnica que vai ser dada em cada ponto onde se perdeu aquela infraestrutura”, disse o governador Rui Costa.

Segundo a Defesa Civil, as prefeituras ainda estão levantando o número de desabrigados e desalojados. Há muita dificuldade, devido às inundações, de chegar a alguns municípios.

Helicópteros partiram de Salvador e da Base Avançada de Barreiras para as áreas onde a situação é mais crítica. Escavadeiras e outros equipamentos também foram deslocados para os trechos impactados pela chuva na BA-284 e da BR-489.

Pacientes que se encontravam ilhados em Cumuruxatiba, na cidade de Prado, foram levados para a sede do município para receber atendimento médico. As aeronaves levam ainda cestas básicas e outros itens para suprir as necessidades de comunidades isoladas pela água.