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Aumenta a lista de espécies ameaçadas de extinção na Mata Atlântica

Aumenta a lista de espécies ameaçadas de extinção na Mata Atlântica

O IBGE atualizou nesta quarta-feira (24) a lista completa de espécies ameaçadas em cada bioma brasileiro. O último levantamento era de 2014.

Um estudo sobre a fauna e a flora no Brasil mostrou como, em oito anos, aumentou o número de espécies ameaçadas de extinção na Mata Atlântica.

No único país do mundo com nome de árvore, o pau-brasil é uma das espécies ameaçadas de extinção. O mesmo vale para a imponente araucária, símbolo do estado do Paraná.

Entre os animais, o lobo-guará e o boto-cinza também estão em perigo. Embora eles ainda sejam vistos em grande número na Baía de Ilha Grande, no litoral do estado do Rio, os botos-cinzas estão desaparecendo de vários pontos da costa brasileira.

“O boto-cinza está ameaçado porque está exposto à poluição, às capturas acidentais em redes de pesca”, explica José Lailson Brito Junior, coordenador Laboratório de Mamíferos Aquáticos da UERJ.

A Mata Atlântica é o bioma mais atingido - uma em cada quatro espécies está em perigo — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

A Mata Atlântica é o bioma mais atingido – uma em cada quatro espécies está em perigo — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

O IBGE atualizou nesta quarta-feira (24) a lista completa de espécies ameaçadas em cada bioma brasileiro. O último levantamento era de 2014. Em 2022, o número total de seres vivos catalogados pela Ciência em situação de risco passou de 4,4 mil. A Mata Atlântica é o bioma mais atingido – uma em cada quatro espécies está em perigo.

Uma espécie ameaçada que aparece na lista do IBGE é o macaco bugio-ruivo, que não era avistado há mais de 100 anos no município do Rio de Janeiro. Mas essa realidade está mudando com a reintrodução desses animais no Parque Nacional da Tijuca. Em um recinto de aclimatação, oito macacos da espécie vêm sendo preparados para serem soltos na floresta em no máximo três meses. Encontrados feridos ou mutilados no interior do estado, os animais foram recolhidos pelo Ibama, tratados e, agora, estão prestes a repovoar a floresta.

“Atualmente, nós temos um grupo solto de, pelo menos, oito indivíduos que se reproduziram. Eles, inicialmente, eram apenas um casal e, desde 2016, eles vêm tendo, por ano, um filho”, conta o biólogo Matheus Sette e Câmara, coordenador do Projeto Refauna.

Apesar da onda de destruição, os especialistas entendem que é possível virar o jogo.

“A educação é fundamental dentro desse contexto para se mostrar a importância dessas espécies, para a sobrevivência do próprio homem. Educação, pesquisa e investimentos, tanto na área científica quanto na área de fiscalização”, afirma José Lailson Brito Junior, coordenador Laboratório de Mamíferos Aquáticos da UERJ.