Mudanças climáticas podem aumentar níveis tóxicos de mercúrio nos oceanos

As mudanças climáticas podem aumentar drasticamente os níveis de mercúrio neurotóxico para a vida marinha.

A alteração nos padrões de precipitação pode deixar a água de 10 a 40% mais cheia de pedaços dissolvidos de detritos orgânicos em muitas áreas costeiras em 2100. O material perturba os ecossistemas marinhos, alterando o equilíbrio de micróbios na base da rede alimentar e isso pode elevar as concentrações de metil mercúrio em herbívoros microscópicos chamados zooplânctons, relatam pesquisadores na Science Advances.

Mesmo pequenas quantidades de metil mercúrio, uma forma do metal facilmente absorvido por seres humanos e outros animais, pode causar defeitos congênitos e danos nos rins, observa Erik Björn, da Umeå University, na Suécia.

A poluição provocada por atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, já triplicou a quantidade de mercúrio que se instalou no oceano desde o início da Revolução Industrial. As mudanças climáticas estimuladas por essas mesmas atividades estão levando mais matéria orgânica escura aos oceanos e aumentando as chuvas em algumas regiões.

Björn e seus colegas mostraram que este escoamento é repleto de micróbios marinhos e traços de metil mercúrio. Os zooplânctons se alimentam de fitoplâncton, mas não comem diretamente as bactérias. Em vez disso, as bactérias são consumidas por protozoários, que os zooplânctons, em seguida, caçam. O metil mercúrio acumula-se a cada passo da rede alimentar.

Assim, a adição os pesquisadores revelaram que o metil mercúrio de zooplânctons está em um nível entre duas a 7 vezes maior do que em cubas sem a matéria orgânica extra. Os níveis de metil mercúrio continuarão a aumentar, alertam os pesquisadores.

Os resultados sugerem que a redução da contaminação por mercúrio é mais complicada do que simplesmente controlar as emissões, diz Alexandre Poulain, um microbiologista ambiental da Ottawa University: “Primeiro precisamos controlar as emissões, mas também devemos levar em conta as mudanças climáticas”, segundo o Science News.

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