Enquanto você começa essa leitura, provavelmente já tem em mente quais são as suas metas de Ano-Novo. E talvez sejam as mesmas de Gabriela, Caroline, Larissa, Geanina ou Simone. Elas são cinco das muitas leitoras que responderam ao nosso chamado nas redes sociais, pedindo que compartilhassem com a gente as resoluções para 2017 para além dos desejos de paz, amor e saúde, o que cada uma se propõe a fazer, aprender, começar, melhorar no ano que se inicia. Algo que dependa, antes de tudo, de dedicação e persistência. E, claro, das dicas de especialistas para apontar o caminho nossa parte no trato.
Nas histórias dessa reportagem, você vai se identificar com ao menos uma das cinco metas escolhidas justamente por serem desejos de muitas de nós. E verá por onde começar. Ao longo do ano, vamos acompanhar como as cinco leitoras estão se saindo na empreitada. Inspire-se e faça acontecer em 2017.
SIMONE SEVERO, 32 ANOS, BANCÁRIA
“Neste ano, comecei a questionar algumas atitudes. Antes, consumia sem pensar e comprava por impulso. Passei a mudar hábitos e hoje penso se realmente preciso daquilo que pretendo adquirir. Se tiver de ir ao shopping, vou com foco. A cada troca de estação, faço uma limpa no armário para doar roupas. Para 2017, a meta é adotar o consumo responsável de forma mais ampla: adquirir novos hábitos na alimentação, nos cuidados com a casa, a higiene e a beleza.”
Abra as portas dos armários. Quantas peças e produtos você jamais usou? Identificar os excessos pode ser o primeiro passo para consumir com consciência. Mas atenção: o caminho não é renovar o guarda-roupa com peças produzidas de forma sustentável, mas comprar menos. – Não dá para continuar no mesmo ritmo e pensar que só porque você está comprando coisas mais sustentáveis ou artesanais, está
sendo mais ecológico – explica Cristal Muniz, criadora do blog Um ano sem lixo. Confira as dicas de Cristal, da pesquisadora do Núcleo de Moda Sustentável da UFRGS Bruna Lummertz e da psicóloga Helena Soares, idealizadora do Brechó de Troca.
VOCÊ COMPRA DE QUEM?
- Consumir de maneira consciente também é incentivar o comércio local. Ao comprar no próprio bairro, você fortalece pequenos empresários e beneficia o desenvolvimento da região. No caso dos alimentos, quanto mais perto tiverem sido produzidos, menos impacto terão gerado ao ambiente por meio do transporte.
- Experimente os produtos de iniciativas colaborativas e estilistas que priorizam o uso de materiais
ecológicos. Em Porto Alegre, vale conhecer as marcas dos coletivos Viés, OAK e 828. - Está precisando de uma roupa? Compre diretamente do estilista em uma feira de rua e aproveite para saber como aquela peça foi fabricada.
VIVA O REAPROVEITAMENTO
- A moda mais verde é a que já existe em brechós e feiras que comercializam produtos de segunda mão.
- Aos finais de semana, eventos como o Brick de Desapegos e o Mercado Vintage são vitrine para roupas que sobraram no armário de mulheres estilosas.
- Invista no upcycling, que cria novos produtos a partir do reaproveitamento de tecidos usados. No Estado, há iniciativas como a Colibrii, que aproveita roupas, cintos de segurança e nylon de guardas-chuvas para fabricar bolsas, mochilas e acessórios. Para os pés, a Insecta transforma o tecido de roupas de brechó em diferentes modelos de sapatos estilosos.

Foto: Pexels
COMPRE MENOS
- Resista às liquidações. Se realmente for inevitável, tenha uma lista com os itens atemporais de que você realmente está precisando (como um sapato, uma camisa jeans, uma calça).
- Fuja de centros comerciais (e do e-commerce) se estiver chateada ou triste. Atividades físicas trazem tanto ou mais satisfação do que uma compra.
- Reserve um tempo para revisar o closet, experimentar o que você já tem e testar novas combinações para voltar a vestir itens que andavam esquecidos.
- Faça a limpa no armário de peças de que enjoou ou sequer usou e promova um troca-troca com as amigas, colegas de trabalho e vizinhas de condomínio.
BELEZA SUSTENTÁVEL
- Se o armário do banheiro está repleto de produtos pela metade, proponha-se a não trazer nada novo antes de ter usado o que já tem. Produtos de higiene e beleza estão entre os que mais despertam o desejo de compra, fazendo muitas mulheres acumularem uma quantidade de que não precisam de fato.
- O movimento slow beauty propõe o uso de fórmulas naturais, preferencialmente orgânicas. É possível fazer em casa produtos como hidratantes e creme dental com ingredientes como álcool de cereais, ervas aromáticas e óleos essenciais. Em Porto Alegre, a Aldeia oferece cursos na área.
ATENÇÃO AO LIXO
- Preocupe-se com o destino do que você já consumiu. Você pode ajudar no processo de reciclagem organizando seu lixo seco por itens, como papéis, garrafas e embalagens de Tetra Pak.
- Uma composteira é a melhor forma de dar destino aos resíduos orgânicos. Você pode conferir tutoriais na internet e o manual preparado pela prefeitura. A Minhocativa oferece a estrutura pronta.
INFORME-SE E INSPIRE-SE
Na Netflix: O documentário The true cost mostra o impacto da produção excessiva de roupas no ambiente e oferece alternativas para consumidores e empresários.
No celular: o app Moda Livre dá notas e informações sobre marcas conhecidas, apontando quais já foram denunciadas por uso de trabalho escravo, por exemplo.
Na internet: o blog Um ano sem lixo traz dicas para adotar o consumo consciente e reduzir os resíduos.
FOTOGRAFIA: Bruno Alencastro.
STYLING, PRODUÇÃO DE MODA E OBJETOS: Gabriela Casartelli (A Imaculada).
ASSISTENTE DE MODA: Bruna Furtado (A Imaculada).
CABELOS: Willian Teixeira e Deivid Santos (RhedCo).
MAQUIAGEM: Fernanda Martins e Jhoritza Souza (RhedCo).
AGRADECIMENTO: Lívia Machado.
OS LOOKS: Gabriela: calça, blazer e blusa Lizáli e brincos Renner; Simone: saia e t-shirt Chica Bolacha, colar Eliana Colognese, pulseiras de acervo da stylist. Geanina: vestido e cinto Lojas Pompeia; Larissa: camiseta e top Paquetá Esportes e tênis Asics; Caroline: macaquinho Lojas Pompeia e relógio de acervo da stylist.