Mulheres baixas têm mais risco de ter bebês prematuros, diz estudo
Cientistas do Centro de Pesquisa de Prematuridade March of Dimes, em Ohio, analisaram as gestações de 3.485 mulheres nórdicas da Finlândia, Dinamarca e Noruega e concluíram que a altura da mãe está diretamente associada à duração da gravidez. De acordo com o estudo, mulheres mais baixas têm normalmente uma gestação mais curta e um risco maior de parto prematuro.
O estudo concluiu também que o peso e a altura do bebê não tem relação com a altura da mãe, mas sim com uma série de fatores genéticos transmitidos. O método utilizado pelos cientistas para obter as conclusões foi de comparação entre o material genético de mães e filhos.
“O motivo pelo qual isso ocorre não está claro, mas pode estar relacionada não somente a genes desconhecidos como também à nutrição da mãe e o ambiente em que vive”, disse, ao Science Daily, Louis Muglia, um dos autores do estudo.
Para o obstetra Roberto Eduardo Bittar, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, um dos motivos pelo qual a altura da mulher pode estar relacionada ao risco de prematuridade é porque ela ajuda a moldar o ambiente fetal. “Diversas características anatômicas da mãe têm influência na gravidez e a altura é uma delas”, afirma o médico. “Mas geralmente, os fatores que trazem maior risco de prematuridade são infecção genital, infecção urinária, estar acima ou abaixo do peso, ter mais de 35 anos ou ser adolescente, e fatores emocionais, como ansiedade e depressão”, reforça Bittar.
O obstetra ressalta ainda que uma das melhores maneiras de diminuir o risco de um nascimento prematuro é realizar um exame pré-gestacional, aquele que acontece quando a mulher está planejando engravidar, para poder detectar fatores de risco e combatê-los a tempo. De acordo com o March of Dimes, 15 milhões de bebês no mundo nascem prematuros por ano e mais de um milhão morrem por complicações geradas pelo nascimento antes do tempo.