Primavera 2020: nova estação, marcada por chuva e calor, muda paisagens no DF
A primavera 2020 começou, oficialmente, às 10h31 desta terça-feira (22). A chegada da nova estação no Distrito Federal é marcada por chuvas, que devem durar até a quarta-feira (23), de acordo com a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
“[A primavera] é um divisor, marcando a saída do período seco para a entrada do período chuvoso. As chuvas vão se tornar mais frequentes, acontecendo no período da tarde e noite”, explica o meteorologista Mamedes Luiz Melo.
De acordo com o especialista, a umidade deve durar pouco. “A partir de quinta-feira, a chance de chuva cai e voltamos a ter dias de céu aberto e poucas nuvens”, disse.
“Ao longo do período da primavera, pela climatologia do DF, setembro é o mês em que se registram as temperaturas mais altas.”
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Flores na Torre de TV, em Brasília — Foto: TV Globo/Reprodução
Previsão do tempo
A chuva que caiu nesta segunda-feira (21), após quase quatro meses de seca, ajudou a refrescar e houve queda nas temperaturas. A precipitação aconteceu dois dias depois da capital registrar o recorde de calor do ano, no último sábado (19), com 35,5ºC e a umidade mínima de 12%.
Em apenas um dia, o DF registrou metade da chuva esperada para todo o mês de setembro. O Inmet registrou média de 23,8 milímetros nas regiões, enquanto a média histórica é de 46 milímetros.
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Cachorro na janela observa chuva na Asa Norte, no Distrito Federal — Foto: TV Globo/Reprodução
Na madrugada desta terça-feira, a temperatura mínima foi de 18ºC, na região do Gama. Já a máxima prevista para a tarde é de 28ºC. A umidade varia de 85% a 35%.
“Quando chove, é natural da temperatura baixar, mas depois que a chuva vai embora, a temperatura se eleva”, explica o meteorologista Mamedes.
Nível dos reservatórios
Antes da seca, a última chuva no DF, registrada por estações meteorológicas, foi no dia 25 de maio. À época, os reservatórios que abastecem a água da capital operavam com 100% da capacidade, até a primeira semana de julho. Desde então, o volume útil caiu quase 20%.
Nesta terça (22), o reservatório do Descoberto – que atende mais de 60% da população da capital – operava com 83,6%. Já a bacia de Santa Maria chegou a 94,2%.
Apesar da mudança no tempo neste mês, os menores níveis nos reservatórios são registrados geralmente entre outubro e novembro. Segundo o Inmet, as primeiras chuvas ocorrem em áreas isoladas, sem grande impacto e frequência.
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Reservatório do Descoberto atingiu a capacidade máxima de armazenamento de água — Foto: TV Globo/Reprodução
A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) estima que o volume útil da bacia do Descoberto pode baixar para até 59% em setembro, e 57% em novembro – os menores percentuais do ano. Para Santa Maria, a previsão é de 78% nos próximos dois meses.
As estimativas de valores mínimos do volume útil constam na curva de referência dos reservatórios –um estudo da Adasa usado para monitorar o nível das bacias, com base na média de chuvas antes do período de seca, além das previsões do clima.
Em 2020, a preservação do volume útil dos reservatórios é a maior desde a crise hídrica de 2017, quando a capital passou por racionamento.
Flores da estação
Com a chegada do período de chuvas, a Novacap começa a plantar nos canteiros do DF as flores da estação. De acordo com a chefe da Divisão de Agronomia da companhia, Janaína Gonzales, são 100 mil mudas plantadas por semana na capital, por uma equipe de cerca de 200 pessoas.
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Espécie de flor “sunpatiens” está entre as recomendadas para plantio na primavera — Foto: TV Globo/Reprodução
Na primavera, uma das espécies que tomam os jardins da cidade é a “sunpatiens”, que pode ser encontrada em cores variadas como em branco, rosa e vermelho (na foto acima).
No período da seca, o DF recebe, preferencialmente, a “flor cravo”, pois elas “toleram a irrigação, o intervalo maior sem água”, de acordo com a especialista.
O diretor de urbanização da Novacap, Sérgio Lemos, alerta para a importância de preservar as espécies neste período, sem arrancá-las.
“Mais do que o prejuízo financeiro, é o prejuízo ao meio ambiente. Pela maneira como elas são retiradas, extraídas. Acabam sendo danificadas outras plantas do local também”, afirma.