Arqueólogos do Museu de História Cultural da Universidade de Oslo investigavam um cemitério na comuna de Hole, na Noruega, quando se depararam com uma pedra rúnica de 2 mil anos. A novidade foi divulgada pela instituição nesta terça-feira (17).
Os especialistas acreditam ter encontrado a inscrição de runas mais antiga do mundo já descoberta. Além disso, o achado é um dos registros mais primitivos de uma linguagem escrita na Escandinávia. “Esta descoberta nos dará muito conhecimento sobre o uso de runas no início da Idade do Ferro”, disse Kristel Zilmer, professora da Universidade de Oslo, à agência de notícias Associated Press. “Esta pode ser uma das primeiras tentativas de usar runas na Noruega e na Escandinávia em pedra.”
Itens de cremação do cemitério indicam que as runas foram provavelmente inscritas entre os séculos 1 d.C. e 250 d.C. O local tinha quatro túmulos e duas sepulturas planas, sendo que em um dos enterros haviam restos cremados de um adulto de sexo desconhecido, além de carvão e pedra.
Pedra rúnica descoberta na Noruega seria a mais antiga do mundo — Foto: Kulturhistorisk museum
No túmulo, os arqueólogos também descobriram a pedra com as runas. Embora o achado tenha sido feito em 2021, os pesquisadores só o divulgaram recentemente. “Precisávamos de tempo para analisar e datar a pedra rúnica”, explicou Zilmer à AP.
A pedra rúnica encontrada em Tyrifjorden, na Noruega — Foto: Kulturhistorisk museum
Com uma área de 31 centímetros por 32 centímetros, a pedra rúnica tem vários tipos de inscrições e nem todas fazem sentido linguístico. Oito runas na frente da pedra dizem “idiberug”. Conforme conta Zilmer em comunicado, o texto possivelmente se refere ao nome de uma mulher. Mas outras possibilidades são que o termo fosse o nome de um homem ou sobrenome de uma família.
A pedra rúnica encontrada em Tyrifjorden, na Noruega — Foto: Kulturhistorisk museum
A pedra tem vários tipos de gravuras. Algumas linhas formam um padrão de grade e existem também pequenas figuras em zigue-zague. De acordo com a professora, dá para ter a impressão de que alguém imitou, explorou ou brincou com a escrita. “Talvez alguém estivesse aprendendo a desenhar runas”, ela diz.
A rocha com runas, apelidada de pedra Svingerud em homenagem ao local onde foi encontrada, será exibida por um mês, a partir deste sábado (21), no Museu de História Cultural. Porém, ainda há muita pesquisa a ser feita sobre ela. “Sem dúvida, obteremos um conhecimento valioso sobre o início da história da escrita rúnica”, afirma a especialista.