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Área queimada no Brasil aumentou 248% em janeiro de 2024, estima pesquisa

Área queimada no Brasil aumentou 248% em janeiro de 2024, estima pesquisa

O Monitor do Fogo, do MapBiomas, calculou o aumento em relação ao mesmo mês de 2023; o bioma mais afetado foi a Amazônia, seguido pelo Pantanal

Em janeiro de 2024, foram queimados 1,03 milhão de hectares no Brasil — um aumento de 248% em relação ao mesmo mês do ano passado, que contabilizou 287 mil hectares queimados. Os dados são da plataforma Monitor do Fogo, do MapBiomas.

O Monitor do Fogo é um mapeamento mensal com dados a partir de 2019 que mostra a extensão e a localização de áreas queimadas. Ele se baseia em mosaicos mensais de imagens multiespectrais do satélite Sentinel-2.

Embora janeiro de 2023 tenha apresentado uma diminuição das queimadas em relação a 2022, o problema voltou a aumentar no primeiro mês de 2024, quando o tamanho do total queimado foi comparável a 10 estados do Sergipe — um aumento de 266% em relação a dezembro do ano passado.

Amazônia em chamas

Do total de área queimada no Brasil em janeiro de 2024, 91% está localizado no bioma amazônico, que foi o bioma mais afetado pelo fogo no período. O segundo bioma mais atingido foi o Pantanal, com 40.626 hectares.

“É normal que a Amazônia lidere em disparada a área queimada no início do ano por conta da estação seca de Roraima acontecer justamente nesse período”, conta Ane Alencar, coordenadora do MapBiomas Fogo, em comunicado. A proximidade de Roraima com a Linha do Equador resulta em uma estação seca que dura de dezembro a abril.

Estados e vegetação mais atingidos

Os três estados com maior área queimada em janeiro de 2024 foram Roraima (representando 40% do total), Pará (30%) e Amazonas. Em Roraima, o aumento de áreas queimadas foi de 250% em comparação a janeiro do ano anterior.

Já os tipos de vegetação mais afetados pelo fogo foram formações campestres, que representam 95% do total queimado em Roraima; e florestas e pastagens (41% e 49%, respectivamente, das queimadas no Pará).

Neste ano de 2024, a região de Roraima ficou “ainda mais inflamável”, segundo Alencar, devido ao agravante da seca extrema, que retardou e diminuiu a quantidade de chuva.