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Aquecimento global aumenta partos precoces e causa danos à saúde dos bebês

Aquecimento global aumenta partos precoces e causa danos à saúde dos bebês

Cientistas estudaram diversos problemas de saúde que mostram a ligação entre as mudanças climáticas e o bem estar dos bebês

Além de aumentar a frequencia e a intensidade de fenômenos climáticos extremos, provocar ondas de frio e de calor, aumentar o nível do mar e causar o branqueamento de corais e o desaparecimento de espécies, a crise climática prejudica também a saúde humana. Esta semana, uma edição especial da revista Pediatric and Perinatal Epidemiology publicou uma série de estudos que mostram que as mudanças no clima estão prejudicando a saúde de fetos, bebês e crianças em todo o mundo.

Os cientistas descobriram que o aumento do calor está ligado ao nascimento prematuro, que pode ter efeitos para a saúde ao longo da vida, e ao aumento das internações hospitalares de crianças pequenas. Temperaturas mais altas também foram associadas a um rápido ganho de peso em bebês, o que aumenta o risco de obesidade na vida adulta.

A ligação entre o calor e o rápido ganho de peso no primeiro ano de vida foi encontrada por cientistas em Israel que analisaram 200 mil nascimentos e descobriram que bebês expostos a temperaturas noturnas mais altas tinham um risco 5% maior de ganhar peso rápido. Um possível mecanismo que pode explicar a descoberta é que menos gordura é queimada para manter a temperatura corporal quando a temperatura ambiente é mais alta.

Já a conexão entre altas temperaturas e partos prematuros foi estudada na Austrália. Cientistas avaliaram quase um milhão de gestantes em New South Wales, das quais 3% deram à luz antes de 37 semanas. Os pesquisadores descobriram as mulheres que estavam nos lugares mais quentes do estado na semana anterior ao nascimento tiveram um risco 16% maior de parto prematuro. “O risco de nascimento [prematuro] provavelmente aumentará com o aumento esperado das temperaturas globais e das ondas de calor – essa é uma preocupação potencialmente séria”, disseram ao The Guardian os pesquisadores, liderados por Edward Jegasothy, da Universidade de Sydney.

Outros estudos publicados em 2021 já descobriram que a exposição à fumaça de incêndios florestais dobrou o risco de defeitos congênitos graves, e que a poluição do ar pela queima de combustíveis fósseis pode causar redução da fertilidade.