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Após mais de 50 anos, borboleta considerada extinta é redescoberta

Após mais de 50 anos, borboleta considerada extinta é redescoberta

Com cerca de 70 mm de envergadura, a Large Tortoiseshell (Nymphalis polychloros) é uma espécie de borboleta que se destaca por sua cor vibrante laranja, salpicada por manchas pretas e lúnulas azuis metalizadas na parte inferior de suas asas de margens dentadas. Esse lindo inseto polinizador era observado em abundância no passado em diversas áreas da Europa, mas por diversos fatores, sua população entrou em declínio. No Reino Unido, sobretudo na Inglaterra, Gales e Escócia, ela já era considerada extinta.

Todavia, após mais de 50 anos sem ser vista, recentemente lepidópteros (especialistas em borboletas) redescobriram um pequeno grupo de Large Tortoiseshell em Knepp, em West Sussex, no sudeste inglês. Os cientistas encontraram uma fêmea e um macho e também, lagartas, o que é prova de sua reprodução. E em outras regiões do país também houve registros de mais Nymphalis polychloros.

“Esta borboleta ainda está oficialmente extinta, mas as evidências sugerem que está voltando”, disse à reportagem do The Guardian Matthew Oates, um dos pesquisadores envolvidos no achado.

Entre as muitas causas para o desaparecimento dessa borboleta britânica estão as mudanças climáticas, o parasitismo e uma doença que ataca uma das árvores das quais a lagarta se alimenta, o elmo holandês.

Assim como outras espécies de borboletas, as Large Tortoiseshell vivem nos meses de verão do Hemisfério Norte, entre junho e outubro. Os indivíduos adultos emergem em julho e logo desaparecem para hibernar, não acasalando até a primavera seguinte.

Após mais de 50 anos, borboleta considerada extinta é redescoberta no Reino UnidoAs lindas cores da espécie redescoberta
(Foto: Adam Gor/Butterfly Conservation)

Knepp, onde as borboletas Large Tortoiseshell foram redescobertas, é um exemplo bem-sucedido de conservação. Desde 2001, a propriedade de 3.500 acres ao sul de Horsham, em West Sussex, outrora cultivada intensivamente, passou por um projeto pioneiro de reflorestamento. Usando animais de pastoreio como motores da criação de habitats, e com a restauração de cursos de água naturais, a iniciativa tem visto aumentos extraordinários na vida selvagem.

Espécies extremamente raras como rouxinóis, falcões peregrinos e borboletas-imperadoras roxas estão agora se reproduzindo ali.

Abaixo um vídeo que conta mais sobre o projeto:

*Com informações da Butterfly Conservation e UK Butterflies


Suzana Camargo
Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.