Animal marinho recém-descoberto tem 20 “pernas” e parece um alien
No último dia 14, um estudo publicado na revista científica Invertebrate Systematics revelou a descoberta de quatro espécies de um misterioso animal marinho. Dentre elas, o maior destaque foi para a Promachocrinus fragarius, que ganhou o nome de Antarctic strawberry feather star (na tradução livre, “estrela antártica de pernas de morango”).
Conforme descreve o estudo, esses organismos estão relacionados a estrelas-do-mar, pepinos-do-mar e outros equinodermos. O animal em questão já foi considerado parte da espécie Promachocrinus kerguelensis, mas a nova pesquisa revelou que existem, na verdade, várias espécies dessas estrelas.
Para chegar a essa descoberta, os cientistas usaram análises de DNA e observaram mais de perto a complexa morfologia de espécimes coletados entre 2008 e 2017.
Ao todo, a análise revelou sete espécies diferentes, elevando o número total para o gênero de um para oito, e quatro delas nunca tinham sido identificadas antes. “Embora a maioria das espécies possa ser distinguida morfologicamente, várias não podem ser separadas de forma confiável sem dados de DNA”, afirma o resumo do estudo.
“Os primeiros estudos moleculares buscaram distinguir a diversidade no complexo e entender as distribuições das espécies constituintes, mas não chegaram a uma avaliação taxonômica formal. Aqui, continuamos a aumentar a representação da amostra ao redor do Oceano Antártico e sequenciamos o para todos os novos espécimes e genes adicionais. Também elucidamos características anteriormente não apreciadas na tentativa de diagnosticar algumas espécies morfologicamente e com base em dados de DNA”, dissertam os pesquisadores.
A estrela ganhou esse apelido não por compartilhar sua coloração avermelhada, mas devido à semelhança de formatos. Outra informação da espécie é que ela provavelmente vive nas profundezas do oceano: entre 65 e 1,1 mil metros abaixo da superfície, mais precisamente.
Descoberta de espécies pelo DNA
A análise de DNA é uma grande aliada para que os cientistas consigam descobrir novas espécies ou mesmo ajudar na identificação. Para se ter uma noção, em 2022, isso permitiu identificar espécies de animais pelo ar, por exemplo.
Na ocasião, os pesquisadores instalaram três filtros de ar e conseguiram identificar 30 mamíferos, 13 pássaros, quatro peixes, um anfíbio e um réptil. Eles encontraram DNA de alguns animais em cativeiro e até mesmo de pragas, como ratos e camundongos. O grupo conseguiu até filtrar pequenos fragmentos de DNA de peixes usados para alimentar outros animais no zoológico.
Assim, além dessa espécie de animal marinho recém-descoberta, a ideia é que a ciência utilize o DNA cada vez mais, no futuro, para chegar a um catálogo cada vez mais completo de animais.
