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Agorafobia: sintomas e tratamentos para a doença do príncipe Harry

Agorafobia: sintomas e tratamentos para a doença do príncipe Harry

O livro autobiográfico do Príncipe Harry, “O que Sobra”, é recheado de revelações íntimas sobre a família real e sobre ele. Um dos fatos apresentados que muitas pessoas podem se relacionar é o fato de que o ex-membro da família real sofre de agorafobia.

“Eu era um agorafóbico. O que era quase impossível devido ao meu papel público”, escreveu ele no livro.

Agorafobia é um transtorno de ansiedade que causa medo intenso em certas situações, principalmente em multidões ou em espaços públicos. O indivíduo sente medo e evita lugares ou situações que possam causar pânico ou que se sinta preso, desamparado e envergonhado. Os sentimentos desagradáveis podem ser tão avassaladores que muitos pacientes podem ficar presos em casa. Eles geralmente não usam transporte público, tem medo de estar em espaços abertos ou fechados, bem como enfrentar uma fila.

Muitas vezes se desenvolve após a ocorrência de alguns episódios de ataques de pânico. No Brasil, a condição é considerada comum com cerca de 150 mil casos por ano.

Sintomas

O paciente com agorafobia normalmente não fica sozinho em casa, tem medo de estar no meio de uma multidão ou pavor em esperar em uma fila. Não entra em espaços pequenos e fechados como lojas e elevadores e não usa o transporte público, como ônibus, metrô, trem ou até mesmo aviões.

Uma pessoa com agorafobia possui um medo excessivo de não ser capaz de escapar ou encontrar ajuda em caso de um novo ataque de pânico. Elas também receiam passar novamente por situações embaraçosas ou mesmo incapacitantes.

Caso o paciente esteja em um ambiente público os sintomas são outros. Ele começa a sentir suor excessivo, seus batimentos cardíacos se aceleram, ele sente muita ansiedade, tremores pelo corpo, dores no peito, além de ter pensamentos desconexos, medo irracional de algo ruim acontecer, incapacidade de se expressar com clareza, desconforto estomacal, tontura, paranoia e náusea.

Causas

Não existe uma causa especifica definida para o transtorno, mas existem fatores que contribuem para o seu aparecimento. Pessoas ansiosas e com disposição neurótica, por exemplo, são mais suscetíveis a desenvolver patologias associadas à ansiedade. O temperamento da pessoa, bem como o estresse ambiental e a perda de um ente querido, podem desempenhar um quadro de agorafobia.

Ela também pode surgir quando o paciente ter alguns casos de síndrome do pânico ou crises de ansiedade e adquire um medo horrível de que elas se manifestem em situações concretas. Este medo é motivado pela ideia de que esse ataque pode se repetir e de que será muito difícil conseguir ajuda.

Outro fator que corrobora para o surgimento da agorafobia é a hereditariedade. Dentre as fobias, essa condição possui associação mais forte com o fator genético que representa a predisposição às fobias. É preciso se consultar com um psicólogo ou um médico para investigar a causa ou os fatores que contribuíram para o medo irracional de frequentar ambientes públicos.

A agorafobia pode começar na infância, mas normalmente começa no final da adolescência, nos primeiros anos da vida adulta e geralmente antes dos 35 anos. Entretanto, adultos mais velhos também podem desencadear a condição, sendo maior a frequência em mulheres.

Outros fatores de risco também incluem: eventos negativos na infância, como separação dos pais, mudanças na escola ou de cidade, bullying, impactos negativos na autoestima e autoconfiança, bem como demissão ou término de relacionamento que podem aumentar os níveis de angústia, tristeza, ansiedade e outras emoções negativas.

Tratamento

É importante ressaltar que na presença de qualquer dos sintomas acima é necessário procurar um médico especialista. E se a agorafobia for diagnosticada, um psiquiatra deve ser consultado para saber o melhor caminho e tratamento que deve ser feito, bem como quantos comprimidos e quando parar de tomá-los. Qualquer alteração da medicação por parte do paciente pode prejudicar o tratamento todo, algumas vezes obrigando o psiquiatra a começar do zero.

O tratamento efetivo para a agorafobia geralmente inclui psicoterapia e medicação. A Terapia Cognitivo Comportamental, a Terapia de Exposição, Psicoterapia com auxílio de realidade virtual estão entre os tratamentos mais eficazes para a condição.

Entre os principais medicamentos estão os Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS), ansiolíticos e sedativos.

Um dos tratamentos, que será aprendido com a terapia, por exemplo, e que pode torna-lo um pouco mais difícil é enfrentar os medos e a fobia de lugares públicos ou espaços fechados. É importante que o paciente compreenda que não há perigo na esquina e que ele se sinta seguro para fazer as tarefas do cotidiano.