Abelhas liberam carga elétrica que estimula perfume das flores, diz estudo
Uma nova pesquisa realizada por uma equipe de cientistas da University of Bristol, Rothamsted Research e Cardiff University, do Reino Unido, descobriu que as abelhas são capazes de criar uma carga elétrica que estimula flores a liberarem seu perfume. Segundo os pesquisadores, as flores têm um suprimento limitado de aromas, então só os liberam quando seus polinizadores estão por perto.
Segundo o grupo, essa característica possivelmente evoluiu nas plantas para maximizar a eficácia dos produtos químicos atraentes que elas liberam. Esses cheiros também são usados por insetos que querem comer ou botar ovos na planta, então aumentar suas chances de atrair apenas polinizadores é vital.
A equipe mediu a carga elétrica transportada por cada abelha, bem como a quantidade do principal atrativo químico, o benzaldeído, liberado pelas flores em resposta às visitas das abelhas, utilizando um dispositivo esférico. As flores visitadas por abelhas que voam livremente exibiram um aumento significativo na produção dos elementos químicos. Em contraste, as flores tocadas com uma haste de metal eletricamente aterrada não mostraram tais aumentos.
Quando tocada com uma esfera eletricamente carregada no experimento, com uma carga equivalente a cerca de cinco visitas de abelhas, as emissões de perfume das flores aumentaram significativamente novamente, quase dobrando o volume médio do perfume.
“Visitas frequentes de polinizadores à flor causariam o acúmulo de carga, que pode exceder um limite para liberação de perfume”, afirmam os pesquisadores. “Os insetos são os polinizadores dominantes nos agroecossistemas. Quanto melhor compreendermos as interações polinizador-planta, melhor poderemos preservar os insetos polinizadores e garantir a segurança alimentar”, acrescentam os autores. O estudo completo pode ser acessado aqui.