A relação da sustentabilidade com a moda; consumo consciente nunca foi tão necessário
![A relação da sustentabilidade com a moda; consumo consciente nunca foi tão necessário](https://espacoecologico.com.br/wp-content/uploads/2021/10/moda.jpg)
Antigamente, falar de sustentabilidade era algo sem graça por conta da falta de informações. Crescemos ouvindo que essa tal de “sustentabilidade” era um conceito mais local relacionado ao manejo do lixo e ao uso de água. Algo simples de ser realizado como plantar uma muda de feijão para a escola.
O planeta pede socorro e nós somos os responsáveis. Nunca foi tão pertinente falar desse tal de desenvolvimento sustentável que, nada mais é, do que analisar e quantificar os impactos de três esferas em cada cultura que são os três pilares da sustentabilidade: pilar social, pilar econômico e pilar ambiental.
Em 2020, o mundo estava no ápice da tendência de sustentabilidade. Grandes marcas de moda, de slow fashion (que defendem fabricação e relação com pessoas) e de fast fashion (moda rápida, com padrão de produção de consumo) se viram afetadas quanto à ética por trás de seus produtos.
As americanas Urban Outfitters e Anthropologie foram algumas das muitas marcas que sofreram ataques pela sua resistência à mudança no ciclo de vida das peças. Com essa tendência vimos o surgimento do greenwashing, termo que significa uma “lavagem verde” e se refere a uma marca de moda que quer parecer mais sustentável para atrair o público, quando, na verdade, continua desperdiçando muita água em seus processos e emitindo muito gás carbônico (CO₂).
A moda, hoje, exclui quem não é transparente! Não estamos mais na revolução industrial com o boom do poliéster. Estamos em uma fase crítica onde vemos tempestades de areia, secas catastróficas, desmatamento das nossas florestas e um consumo desenfreado. Por estes e muitos outros motivos entendemos ser urgente falar sobre às três esferas da sustentabilidade, e neste ano, a presidente global, Lilian Bustamante, membro da AICI Brasil, criou o Comitê de Sustentabilidade Global.
Este comitê, liderado por Susy Bello, também membro da AICI Brasil, conta com mais de 15 consultores ao redor do mundo e tem como objetivo educar os mais de 1500 profissionais de consultoria de imagem da AICI Brasil sobre práticas sustentáveis em seus negócios.
Outros grandes movimentos globais exigem que a moda mude, como o “Fashion Revolution”. Se aparece sempre para você frases como “Quem fez minhas roupas?”, você foi impactado por este movimento global. Em resposta à queda do edifício Rana Plaza em 2013, que abrigava especialmente trabalhadores têxteis, foi criado um movimento que coleta dados de marcas sobre todo o processo produtivo. Em 2020, 65 marcas brasileiras participaram do estudo e as marcas mais transparentes foram: C&A, Malwee, Renner, YouCom e Hering.
Como segunda cadeia mais poluidora do planeta, a moda é responsável por 10% da emissão de CO₂ e falar de transparência é muito necessário. Este gás carbônico (CO₂) é um dos gases que influencia no aquecimento global, elevando gradativamente a temperatura do planeta. Por ser liberado em várias etapas do ciclo de vida uma peça de roupa, não basta a marca mudar o tecido, deve-se pensar no design, na preferência de uma produção local, no uso e na reintrodução desta peça para que não acabe no aterro sanitário.
Não existe jogar fora – existe jogar no quintal do vizinho. Sabia que há cada 1s um caminhão de roupas é levado ao aterro sanitário ou a mesma quantidade é queimada? Isto precisa ser comunicado para entrarmos em ação!
Na AICI Brasil, as consultoras de imagem são instruídas pela Associação a agir eticamente e com transparência. “É nosso papel recomendar peças de roupas duráveis, estimular a redução do consumo e explicar o impacto negativo de empresas de Fast Fashion”.
“Todos ganham quando inspiro meus clientes a comprarem localmente, a analisarem a costura de uma peça e a procurarem marcas com valores similares aos deles.” Diz Raissa Fernandes, consultora da AICI Brasil.
Ter práticas sustentáveis é olhar para as esferas social e ambiental sem esquecer da econômica. É necessário investir em novas tecnologias e de maquinário têxteis. O papel das consultoras da AICI Brasil, além da consultoria de imagem, é cobrar ações que facilitem a implantação de painéis solares, que fiscalizem melhor a Amazônia e o Pantanal, e que incentivos fiscais para um reflorestamento verdadeiro seja bem-planejado.
Sobre a AICI – Associação Internacional de Consultores de Imagem
A Association of Image Consultants International (AICI) é a principal e maior associação profissional de consultores de imagem pessoais e corporativos do mundo. Uma organização sem fins lucrativos, a AICI dedica-se a aumentar o nível de profissionalismo e aprimorar o reconhecimento dos consultores de imagem.
A AICI Brasil aprimora os padrões do setor através de um rigoroso programa de certificação em três níveis e realiza a principal conferência anual de consultoria de imagem do mundo a cada 2 anos. Além de oferecer aulas de educação continuada para consultores de imagem, atua como a voz da profissão de consultoria de imagem e a fonte definitiva da mídia para especialistas em questões e eventos atuais que podem afetar a profissão de imagem.