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A relação da sustentabilidade com a moda; consumo consciente nunca foi tão necessário

A relação da sustentabilidade com a moda; consumo consciente nunca foi tão necessário

Antigamente, falar de sustentabilidade era algo sem graça por conta da falta de informações. Crescemos ouvindo que essa tal de “sustentabilidade” era um conceito mais local relacionado ao manejo do lixo e ao uso de água. Algo simples de ser realizado como plantar uma muda de feijão para a escola.

O planeta pede socorro e nós somos os responsáveis. Nunca foi tão pertinente falar desse tal de desenvolvimento sustentável que, nada mais é, do que analisar e quantificar os impactos de três esferas em cada cultura que são os três pilares da sustentabilidade: pilar social, pilar econômico e pilar ambiental.

Em 2020, o mundo estava no ápice da tendência de sustentabilidade. Grandes marcas de moda, de slow fashion (que defendem fabricação e relação com pessoas) e de fast fashion (moda rápida, com padrão de produção de consumo) se viram afetadas quanto à ética por trás de seus produtos.

As americanas Urban Outfitters e Anthropologie foram algumas das muitas marcas que sofreram ataques pela sua resistência à mudança no ciclo de vida das peças. Com essa tendência vimos o surgimento do greenwashing, termo que significa uma “lavagem verde” e se refere a uma marca de moda que quer parecer mais sustentável para atrair o público, quando, na verdade, continua desperdiçando muita água em seus processos e emitindo muito gás carbônico (CO₂).

A moda, hoje, exclui quem não é transparente! Não estamos mais na revolução industrial com o boom do poliéster. Estamos em uma fase crítica onde vemos tempestades de areia, secas catastróficas, desmatamento das nossas florestas e um consumo desenfreado. Por estes e muitos outros motivos entendemos ser urgente falar sobre às três esferas da sustentabilidade, e neste ano, a presidente global, Lilian Bustamante, membro da AICI Brasil, criou o Comitê de Sustentabilidade Global.

Este comitê, liderado por Susy Bello, também membro da AICI Brasil, conta com mais de 15 consultores ao redor do mundo e tem como objetivo educar os mais de 1500 profissionais de consultoria de imagem da AICI Brasil sobre práticas sustentáveis em seus negócios.

Outros grandes movimentos globais exigem que a moda mude, como o “Fashion Revolution”. Se aparece sempre para você frases como “Quem fez minhas roupas?”, você foi impactado por este movimento global. Em resposta à queda do edifício Rana Plaza em 2013, que abrigava especialmente trabalhadores têxteis, foi criado um movimento que coleta dados de marcas sobre todo o processo produtivo. Em 2020, 65 marcas brasileiras participaram do estudo e as marcas mais transparentes foram: C&A, Malwee, Renner, YouCom e Hering.

Como segunda cadeia mais poluidora do planeta, a moda é responsável por 10% da emissão de CO₂ e falar de transparência é muito necessário. Este gás carbônico (CO₂) é um dos gases que influencia no aquecimento global, elevando gradativamente a temperatura do planeta. Por ser liberado em várias etapas do ciclo de vida uma peça de roupa, não basta a marca mudar o tecido, deve-se pensar no design, na preferência de uma produção local, no uso e na reintrodução desta peça para que não acabe no aterro sanitário.

Não existe jogar fora – existe jogar no quintal do vizinho. Sabia que há cada 1s um caminhão de roupas é levado ao aterro sanitário ou a mesma quantidade é queimada? Isto precisa ser comunicado para entrarmos em ação!

Na AICI Brasil, as consultoras de imagem são instruídas pela Associação a agir eticamente e com transparência. “É nosso papel recomendar peças de roupas duráveis, estimular a redução do consumo e explicar o impacto negativo de empresas de Fast Fashion”.

“Todos ganham quando inspiro meus clientes a comprarem localmente, a analisarem a costura de uma peça e a procurarem marcas com valores similares aos deles.” Diz Raissa Fernandes, consultora da AICI Brasil.

Ter práticas sustentáveis é olhar para as esferas social e ambiental sem esquecer da econômica. É necessário investir em novas tecnologias e de maquinário têxteis. O papel das consultoras da AICI Brasil, além da consultoria de imagem, é cobrar ações que facilitem a implantação de painéis solares, que fiscalizem melhor a Amazônia e o Pantanal, e que incentivos fiscais para um reflorestamento verdadeiro seja bem-planejado.

Sobre a AICI – Associação Internacional de Consultores de Imagem

A Association of Image Consultants International (AICI) é a principal e maior associação profissional de consultores de imagem pessoais e corporativos do mundo. Uma organização sem fins lucrativos, a AICI dedica-se a aumentar o nível de profissionalismo e aprimorar o reconhecimento dos consultores de imagem.

A AICI Brasil aprimora os padrões do setor através de um rigoroso programa de certificação em três níveis e realiza a principal conferência anual de consultoria de imagem do mundo a cada 2 anos. Além de oferecer aulas de educação continuada para consultores de imagem, atua como a voz da profissão de consultoria de imagem e a fonte definitiva da mídia para especialistas em questões e eventos atuais que podem afetar a profissão de imagem.