“Redução de combustíveis fósseis deve enfrentar resistência na COP30”, avalia especialista

Pela primeira vez realizada na Amazônia, conferência reúne líderes mundiais em novembro e deve cobrar novas metas, financiamento e compromissos para frear a crise climática
A transição energética é um dos pontos mais aguardados da Conferência do Clima de Belém (COP30), mas também o que deve gerar os maiores impasses. Para a professora Maria Cecilia Miotto, bióloga, doutora em Biotecnologia e Biociências e coordenadora dos cursos de Ciências Biológicas e Gestão Ambiental da UNIASSELVI, a expectativa é de avanços limitados no compromisso global de reduzir o uso de combustíveis fósseis.
“Países produtores seguem resistindo a prazos mais rígidos para fazerem a transição energética para modelos mais sustentáveis. Isso pode comprometer a ambição do encontro e adiar medidas essenciais para conter o aquecimento global”, analisa.
A COP30 será realizada em novembro de 2025, reunindo líderes mundiais, cientistas e representantes da sociedade civil para discutir os rumos do Acordo de Paris. Pela primeira vez sediada na Amazônia, a conferência dá centralidade à floresta e às populações que dependem dela, reforçando o caráter simbólico e estratégico das negociações.
Segundo a especialista, a conferência deve apresentar avanços em outros pontos sensíveis. “Há grande expectativa de novos fundos climáticos para apoiar países em desenvolvimento, além de compromissos mais claros em relação ao desmatamento zero, embora ainda haja divergências entre os países quanto aos prazos e aos sistemas de monitoramento. O Brasil pode assumir um importante protagonismo ao colocar a economia circular como eixo estratégico das negociações”, destaca Miotto.
Outro tema de peso é a justiça climática. Para a professora, o encontro pode consolidar o papel das comunidades indígenas e tradicionais no debate internacional. “Essas populações muitas vezes sofrem os impactos mais severos das mudanças climáticas, mas têm pouca representação nos espaços de decisão. É importante assegurar que as decisões tomadas nas negociações internacionais contemplem os direitos e as necessidades dessas comunidades”, afirma.
Ainda que não resolva todos os impasses, a COP30 tem potencial para marcar um momento histórico, especialmente por ocorrer em Belém. “Mais do que discursos e promessas, o sucesso da COP30 dependerá da capacidade de transformar compromissos em práticas efetivas, do financiamento à governança, da preservação florestal à justiça social. O futuro climático do planeta pode muito bem estar sendo redesenhado a partir da floresta amazônica”, conclui Miotto.
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Assessoria de Imprensa UNIASSELVI / Vitru