Movimento lança mobilização nacional contra poluição sonora

Carta aberta é endereçada a prefeitos e vereadores de todo o país
A Frente Cidadã pela Despoluição Sonora, fundada na cidade de São Paulo e que agora reúne movimentos de outros municípios brasileiros, lançou no último domingo (24/08) uma carta aberta a prefeitos e vereadores de todo o país. “Pedimos para que o Poder Público, tanto legislativo quanto administrativo de todos os municípios do Brasil, leve em consideração 12 passos que estamos propondo e que poderiam resolver o problema da poluição em São Paulo e em outras grandes cidades”, afirma o filósofo Marcelo Sando, idealizador da Frente Cidadã.
A ação foi realizada no Teatro Bor, na zona sul da capital paulista, depois da apresentação de estreia do espetáculo “Psiu!”, comédia sobre poluição sonora escrita por José Paulo Lanyi e dirigida por Luci’an’a Stipp. Vereadores, especialistas no tema e mais de cem apoiadores da Frente assistiram à peça, além do público em geral.
“Nós, brasileiras e brasileiros, nos dirigimos a Vossas Excelências com um apelo direto e urgente: que adotem políticas públicas eficazes, eficientes e permanentes de despoluição sonora, em especial em áreas residenciais de grandes centros urbanos”, ressalta o início da carta. “A vida nas cidades brasileiras está adoecida pelo excesso de barulho. O ruído se propaga, atravessa janelas, ocupa espaços públicos e privados, perturba o sono, afeta o humor, a concentração, o aprendizado e a saúde. (…) O resultado é uma grave crise de saúde pública em grande parte evitável”, alerta o documento.
A Frente Cidadã conclamou toda a população do país a assinar (cidadãos) e a apoiar a carta (associações e organizações) no site https://www.despoluicaosonora.
Barulho no palco
“Psiu!” é uma crítica bem-humorada contra vizinhos indesejáveis, obras invasivas e outros transtornos que enlouquecem a população de São Paulo. A poluição sonora é o tema central da comédia. Escrita pelo dramaturgo e jornalista José Paulo Lanyi, vencedor do Prêmio Vladimir Herzog (teatro) em 2002, e dirigida por Lucián’a Stipp, a peça conta a história de Camila (Marianna Troccoli) e Renato (Felipe Reis), casal que sofre com vizinhos incômodos e a rua barulhenta onde mora e que decide se mudar para uma região “mais nobre” da grande cidade, embora as coisas não saiam como a dupla imaginava.”Não há uma pessoa com que eu converse que não tenha uma história de abuso ou desrespeito na rua, na casa ou no prédio em que mora”, afirma Lanyi. “A nossa peça é uma ótima oportunidade para rir dos absurdos, refletir e debater esses problemas que afetam a saúde mental dos moradores de São Paulo”, destaca.
Para Stipp, a peça tem outro elemento original. “Ela mexe com o nosso dia a dia e a nossa interação com o mundo sonoro, que muitas vezes não percebemos quanto nos afeta”, alerta. “Faz refletir sobre quanto aguentamos e somos obrigados a aguentar, quanto fazemos o que gostamos e quanto nos moldamos às imposições da sociedade”, diz a diretora do espetáculo, que é produzido pelo seu autor e por Geisa Tavares Lanyi e realizado pela Rigel Artes e Comunicação.
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Rigel Artes e Comunicação