Redes elétricas subterrâneas, uma necessidade contemporânea de João Pessoa

Em janeiro de 2017 a revista Espaço Ecológico já alertava para o problema na rede elétrica de João Pessoa, confira artigo:
Por Assis Cordeiro
O desenvolvimento sócio-cultural de uma sociedade notadamente se identifica pela qualidade de vida de sua população, estando diretamente relacionado com a infraestrutura de serviços colocados à disposição dos cidadãos. O Brasil, apesar de ter posição de destaque na América Latina, apresenta chagas sociais características de países africanos. No entanto, mesmo que uma casa seja pobre ela precisa estar bem arrumada para depor a favor da limpeza de seus donos.
Não é o que ocorre nas ruas das cidades brasileiras, que apresentam uma rede elétrica aérea que contribui e muito para demonstrar nosso subdesenvolvimento, tendo em vista que a maioria dos países desenvolvidos já embutiu sua fiação há quase um século.
As redes subterrâneas de energia elétrica são defendidas pela maioria dos estudiosos da área como uma necessidade básica à condição de desenvolvimento de qualquer cidade contemporânea. Enquanto no resto do mundo este processo se aproxima, na grande maioria dos países desenvolvidos, dos cem anos de implementação, no Brasil a maior parte das iniciativas pioneiras datam de no máximo uma década. Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Curitiba estão entre as primeiras a legislarem sobre o tema e tentarem implementar as redes subterrâneas de eletricidade. Em João Pessoa os cidadãos mais esclarecidos reclamam há muito tempo sobre o problema, mas não foi lançado ainda um projeto que corresponda às expectativas e necessidades da população.
Em outras cidades
Apesar da morosidade, as principais cidades brasileiras estão debatendo o tema. Em São Paulo apesar de haver legislação que regulamenta a questão desde 2005 (Lei 14.023), até hoje apenas 5% da rede elétrica foi em-butida. No Rio, o ‘Decreto 34.442/ 2011, determina o aterramento dos fios, mas praticamente não saiu do pa-pel. Aqui ao lado, em Recife, foi sancionado o Projeto de Lei Ordinária 99/2013, que deu um prazo de dois anos para o cumprimento da substituição e instalação sub-terrânea, foi praticamente esquecido.
Em João Pessoa
Em João Pessoa, no entanto, segundo informações das secretarias de Planejamento e da Infraestrutura do município não há nenhum projeto em curso para o embutimento da fiação da cidade. Há alguns anos, a prefeitura quando realizou a revitalização de algumas ruas do Centro colocou a fiação local aterrada no solo, mas o aterramento parece ter se resumido a esta in-tervenção.
Custo de implantação
O cálculo realizado em algumas cidades brasileiras estima que o quilômetro da fiação subterrânea chega a ser até quatro vezes mais caro do que a aérea (de 3 a 5 milhões/km). Mas isso depende de cada caso, que tem que ser estudado. No entanto, pelo andar da carruagem vai demorar um pouco para a rede elétrica de João Pessoa ser embutida e, quando for, é bem provável que as empresas do setor queiram repassar para o consumidor o valor final da mudança.