Amazônia está em grande risco devido às secas cada vez mais frequentes
Secas na Amazônia têm se tornado cada vez mais frequentes e intensas. O fenômeno, decorrentes das mudanças climáticas, preocupa especialistas em relação à resiliência da floresta.
Um estudo do Potsdam Institute of Climate Action Research revelou um impacto maior do que se imaginava na floresta amazônica: a cada três árvores que morrem por conta de secas, uma quarta também morre. Acontece uma espécie de “efeito cascata”, pois o ecossistema depende da transpiração das árvores para manter a água dentro dele.
Como funciona o clima da floresta amazônica?
Se você já fez uma trilha na floresta, deve ter sentido o quão úmido é o clima em uma. Isso porque a água está em constante evaporação e transpiração do solo e das plantas. Esses mecanismos ajudam a floresta amazônica a regular seu clima e manter temperatura e umidade relativamente altos durante todo o ano.
Em todo caso, as florestas precisam que esta água volte para o sistema por meio da chuva. Com secas mais frequentes, a Amazônia pode perder sua capacidade de manutenção. Regiões menos úmidas, especialmente em suas bordas, tendem a se tornar savanas no futuro. Os autores do estudo apontam que isso é agravado pelo contínuo desmatamento nesta fronteira para o uso na agropecuária.
Segundo eles, o desmatamento apresenta o mesmo efeito cascata causado pelas secas: 1 hectare desmatado, na prática, impacta 1,3 hectare de floresta.
Um “novo normal” na Amazônia?
A previsão climática para a metade do século é que, o que se considera hoje eventos extraordinários de seca na Amazônia se tornem comuns. Anos atípicos como 2005 e 2010 podem se repetir até nove vezes por década a partir de 2050.
As secas de hoje já estão impactando certas áreas da floresta, mas uma mudança tão brusca pode ser fatal para o ecossistema. “Mesmo regiões da floresta que são adaptadas a uma temporada de seca não necessariamente vão sobreviver a um ‘novo normal climático.’”
Apesar de tudo, os cientistas ainda não estão totalmente pessimistas com as novas descobertas. Uma grande porção da Amazônia ainda está em condições estáveis, resta mantê-la assim. Ricarda Winkelmann, co-autora do estudo, afirma que “preservar a Amazônia e seus serviços ecossistêmicos é de vital importância para a estabilidade climática local, regional e global; nós sabemos o que fazer: proteger a floresta do desmatamento e reduzir a emissão de gases de efeito estufa.”