26 itens que você não deve jogar no lixo; entenda os riscos

Especialistas e associações ensinam a fazer o descarte correto para a reciclagem de materiais prejudiciais ao meio ambiente
Cada item descartado de forma incorreta pode transformar a nossa rotina em uma fonte silenciosa de risco para o meio ambiente e a saúde. Que seja uma pilha ou um pouco de óleo usado, o destino incorreto de resíduos pode contaminar o solo e água dos quais dependemos para a sobrevivência.
Nesta matéria, elencamos 26 itens que você nunca deve jogar no lixo comum – uma lista que poderia ser muito maior! Especialistas explicam os riscos de cada categoria e ensinam a fazer o direcionamento correto para pontos de coleta e programas de logística reversa.
Eletrodomésticos
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A Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (ABREE) divide os eletrodomésticos em diferentes grupos, conforme os riscos ambientais e a presença de componentes que poderiam ser reaproveitados pela indústria.
A linha branca, que inclui refrigeradores, congeladores, fogões, lavadoras, secadoras e condicionadores de ar, contém metais pesados e fluidos refrigerantes que podem vazar e contaminar o solo e a água, além de contribuírem para o aquecimento global.
Já a linha marrom, composta por televisores, monitores, aparelhos de DVD e VHS, equipamentos de áudio e filmadoras, tem substâncias tóxicas, como chumbo e mercúrio, que representam perigo tanto para o meio ambiente quanto para a saúde humana.
A linha azul, formada por pequenos eletrodomésticos como batedeiras, liquidificadores, ferros elétricos, furadeiras e aspiradores de pó, também contém circuitos eletrônicos e materiais que podem causar curtos-circuitos ou incêndios quando descartados de forma inadequada.
“Diante desses riscos, o descarte adequado deve ser feito em pontos de recebimentos especializados ou em programas de logística reversa disponibilizados por fabricantes e varejistas. Dessa forma, garantimos a destinação correta dos resíduos, evitando impactos ambientais e possibilitando o reaproveitamento dos materiais”, afirma Robson Esteves, presidente da ABREE. No site da associação, é possível encontrar os pontos mais próximos ao realizar uma busca usando o CEP residencial.
Computadores, tablets e celulares
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Quando o tempo de vida de um computador, tablet ou celular termina, ele se torna um resíduo eletroeletrônico (REEE). As baterias de lítio e os metais pesados presentes nos componentes internos representam um alto risco pela contaminação ambiental e pelo desperdício de materiais que poderiam ser reciclados.
Segundo a União Internacional de Telecomunicações (UIT), em 2022, 97% dos REEE da América Latina não eram descartados de forma sustentável, o equivalente a US$ 1,7 bilhão por ano de materiais preciosos que poderiam ser reaproveitados pela indústria.
“Com a reciclagem correta, é possível recuperar cerca de 60% de metais preciosos (outro, prata, cobre); 15% de plásticos (que tem uma taxa de reciclagem bem abaixo da de metais devido à complexidade das misturas dos materiais); e 50% de vidro. Posto isso, vemos a importância da presença de empresas focadas no ecossistema de reciclagem e remanufatura de REEE”, afirma o químico e engenheiro de produção Marcelo Souza, CEO da Indústria Fox.
Além de destinar os antigos dispositivos à reciclagem adequada de eletrônicos, para reutilização de componentes, outra alternativa é a doação de devices ainda funcionais para organizações que podem repassá-los a comunidades carentes.
Pilhas e baterias
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Pilhas e baterias contêm metais pesados como mercúrio, cádmio e chumbo, que podem contaminar o solo e a água, causando danos à saúde humana e ao meio ambiente. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) indica que comerciantes, importadores e fabricantes são responsáveis pelo recolhimento de pilhas usadas, e dar-lhes o destino adequado. Pontos de venda, como lojas de eletrônicos e supermercados, normalmente, têm caixas de coleta, retiradas pelas empresas responsáveis.
As lâmpadas que não podem ser descartadas no lixo comum incluem as fluorescentes compactas e tubulares, que contêm mercúrio e podem ser prejudiciais ao meio ambiente; e as de descarga de alta intensidade, como as de vapor de mercúrio, vapor de sódio e vapor metálico, geralmente usadas em iluminação pública e industrial.
“O descarte inadequado de lâmpadas pode causar contaminação do solo e da água, principalmente devido ao mercúrio presente nas fluorescentes e de descarga de alta intensidade, afetando ecossistemas e até a saúde humana quando ingerimos, por exemplo, peixes contaminados”, explica Camilla Horizonte, gerente de operações e marketing na Reciclus, dedicada à logística reversa de lâmpadas fluorescentes desde 2017.
As lâmpadas LED, embora não tenham mercúrio, contêm componentes eletrônicos que podem ser reciclados e devem ser descartadas corretamente, evitando poluição desnecessária. A Reciclus dispõe de 3.884 pontos de entrega de lâmpadas no Brasil, e é possível localizar o mais próximo no site.
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Medicamentos vencidos
Possivelmente, você já cometeu o erro de descartar um medicamento vencido no lixo comum ou na pia. Contudo, o descarte inadequado de remédios pode contaminar o solo e a água, além de representar um risco à saúde se forem ingeridos por pessoas ou animais.
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Em 2020, um decreto federal regulamentou o disposto na PNRS, que responsabiliza comerciantes, importadores e fabricantes pelo recolhimento e descarte seguro de medicamentos vencidos. Farmácias e drogarias podem receber o medicamento para repassar aos responsáveis.
Óleo de cozinha usado
O descarte de óleo de cozinha usado ainda é um problema frequente no Brasil. Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e do IBGE mostram que os brasileiros despejam cerca de 1 bilhão de L de óleo incorretamente a cada ano.
Em contato com a água, o óleo pode ficar retido na forma de gordura e incrustado nos encanamentos, dificultando a passagem de águas pluviais e aumentando o número de pontos de interrupção.
Além disso, apenas 68% do esgoto recebe o tratamento adequado nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), fazendo com que o óleo residual também chegue aos mananciais aquáticos, prejudicando a natureza. Segundo a Sabesp, um único litro de óleo descartado de forma incorreta poderia contaminar até 25 mil litros de água.
Para o descarte correto, basta esperar o óleo residual esfriar após o uso e despejá-lo em uma garrafa PET com o auxílio de um funil. Feche-a bem para evitar vazamentos e não gerar odores, além de atrair insetos, e, então, leve a garrafa cheia no ponto de entrega voluntária mais próximo, presente nas grandes redes de supermercado.