Praias limpas: como o turista pode ajudar a reduzir o lixo nas praias
Segundo a Cetesb, o lixo descartado de forma inadequada é arrastado para galerias pluviais e cursos d’água, especialmente em dias de chuva
A chegada do verão leva milhões de pessoas ao litoral paulista — e, com elas, cresce também a pressão sobre o meio ambiente. Embora o saneamento básico seja o principal fator para garantir a qualidade da água e da areia, como aponta a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), o comportamento dos visitantes desempenha um papel decisivo na preservação das praias. A presença massiva de banhistas, associada ao aumento das chuvas, intensifica a geração de resíduos e agrava a poluição costeira.
Assim, além de ações estruturais do poder público, o engajamento diário de turistas e moradores é fundamental para manter o mar mais limpo, reduzir o lixo espalhado e evitar que resíduos cheguem aos rios e, consequentemente, ao oceano.
Por que o lixo nas praias agrava a balneabilidade
Segundo a Cetesb, o lixo descartado de forma inadequada — embalagens, restos de alimentos, bitucas de cigarro, copos plásticos, entre outros — é arrastado para galerias pluviais e cursos d’água, especialmente em dias de chuva. Esse material se mistura ao esgoto lançado sem tratamento e é carregado até o mar, contribuindo para o aumento de bactérias e contaminantes.
Os municípios do litoral paulista, ressalta o órgão, ainda carecem de sistemas eficientes de coleta e tratamento de esgoto. Por isso, o comportamento individual faz diferença prática: quanto menor o volume de resíduos deixados nas praias, menor será o impacto sobre a água e a areia — sobretudo na alta temporada.
O que o turista pode fazer para ajudar na preservação
1. Levar seu próprio lixo embora
A recomendação mais simples e mais eficaz é: leve uma sacola reutilizável e recolha todo o seu lixo antes de ir embora. Mesmo quando há lixeiras na orla, ventos fortes e animais podem espalhar resíduos.
2. Evitar descartáveis
Substituir copos, pratos e talheres plásticos por versões reutilizáveis reduz drasticamente o volume de resíduos deixados na areia — principalmente em dias de grande movimento.
3. Não descartar bitucas na areia
As bitucas são um dos itens mais encontrados nos mutirões de limpeza e contêm substâncias tóxicas que contaminam o solo e a água.
4. Respeitar rios, córregos e canais
A Cetesb ressalta que cursos de água que desembocam no mar frequentemente carregam esgoto e lixo. Evitar jogar resíduos nesses locais minimiza o impacto sobre a balneabilidade.
5. Participar de mutirões e ações coletivas
A Cetesb afirma que a participação comunitária — com campanhas, mobilizações e pressões públicas por saneamento — é essencial para melhorar a qualidade das praias.
6. Reduzir o impacto em dias de chuva
Como as chuvas aumentam o transporte de lixo e esgoto para o mar, é ainda mais importante evitar qualquer descarte incorreto durante esses períodos.
Saneamento: a base da solução, segundo a Cetesb
A Cetesb lembra que a melhoria estrutural das praias depende principalmente de saneamento básico adequado, incluindo coleta, tratamento e destinação correta do esgoto. A ocupação desordenada do litoral pressiona sistemas já insuficientes, e o lançamento de esgoto “in natura” contamina não só o mar, mas também a areia.
O órgão reforça que cabe ao Estado e às prefeituras ampliar e qualificar a infraestrutura, mas os turistas e moradores têm papel determinante ao exigir condições sanitárias melhores e ao agir de forma responsável no dia a dia.
Planos para o verão: turismo com consciência
O verão é, inevitavelmente, a época mais crítica para a qualidade das praias. Mais pessoas, mais esgoto produzido, mais lixo gerado — e mais chuvas arrastando tudo para o mar.
A boa notícia é que pequenas atitudes coletivas têm impacto significativo. Se cada visitante recolher o que produz, evitar descartáveis e respeitar o meio ambiente, o litoral paulista pode se tornar mais sustentável e menos vulnerável à poluição.
Cuidar das praias é garantir qualidade de vida para quem vive nelas e manter atrativos turísticos essenciais para a economia das cidades litorâneas.
