Maior fonte de poluição nas estradas não sai pelo escapamento
Você sabe qual é a maior fonte de poluição nas estradas? A resposta surpreendente, obtida por Lukas Landl e colegas da Universidade de Tecnologia Graz, na Alemanha, é que a maior poluição não sai pelo escapamento dos veículos.
Na verdade, a maior parte das emissões de poluentes nas estradas vem da abrasão dos freios, dos pneus e do asfalto, além da ressuspensão de partículas pelo passar dos veículos.
Devido à redução das emissões de gases de escape desde a introdução dos filtros de partículas nos escapamentos, de acordo com as normas de emissões EURO 5 e EURO 6, e, mais recentemente, à crescente proporção de veículos elétricos, as emissões dos motores de combustão interna agora representam menos de 10% do total das emissões veiculares nas situações de tráfego mais comuns nas rodovias.
A abrasão dos freios já está na mira das autoridades europeia, e espera-se que o padrão de emissões Euro 7, que deverá entrar em vigor em 2026, resulte em uma redução de até 80% na emissão de particulados pelas pastilhas, embora isso a princípio só valha para os veículos novos.
“Isso será alcançado por meio de novas tecnologias de frenagem, como revestimentos de metal duro, bem como pela crescente eletrificação da frota de veículos, já que os carros elétricos geram muita energia de frenagem por meio da recuperação de energia, em vez da frenagem convencional. E, como a tecnologia de filtros de partículas continuará a melhorar e o número de carros elétricos aumentará, nossas simulações sugerem que as emissões de partículas dos escapamentos podem cair até 90% até 2040,” disse Stefan Hausberger, membro da equipe.
Emissões de pneus e asfalto
O desgaste dos pneus, do asfalto, e as interações entre os dois, contudo, continuarão sendo uma fonte de preocupações ambientais – de fato, a maior delas a partir de agora.
A necessidade de uma boa aderência e segurança não combina com o desejo de uma redução drástica do desgaste dos pneus, que precisarão continuar interagindo com a estrada por meio do atrito, para que os veículos não deslizem como se estivessem rodando sobre gelo.
Com isto, os pesquisadores estimam um potencial de redução da poluição advinda dos pneus de no máximo 10% a 20% na próxima década. Do ponto de vista do veículo, é praticamente impossível influenciar a abrasão da estrada e as partículas em suspensão, razão pela qual esses fatores provavelmente representarão a maior parte das emissões veiculares no futuro.
Assim, a única medida que a equipe aventa para alcançar uma redução ainda maior da poluição gerada pelos pneus e pelo asfalto seria o estabelecimento de limites de velocidade mais baixos.
Artigo: A Novel Simulation Method for Vehicle Brake Wear Emissions
Autores: Lukas Landl, Enis Ketan, Stefan Hausberger, Martin Dippold
Revista: SAE Technical Paper
Vol.: 2025-01-0361
DOI: 10.4271/2025-01-0361
