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TERMÔMETRO DA COP30 #DIA 1: boletim do g1 mostra o que esperar da cúpula em Belém

TERMÔMETRO DA COP30 #DIA 1: boletim do g1 mostra o que esperar da cúpula em Belém

Tudo que você precisa saber sobre o primeiro dia da COP30 resumido em 7 tópicos.

Olá, aqui quem escreve é Roberto Peixoto, repórter de Meio Ambiente no g1.

Este é o Termômetro da COP30, edição #DIA 1, um boletim com o essencial que você precisa saber sobre a Conferência do Clima em Belém, que começa oficialmente hoje.

Para facilitar, vamos com tudo bem resumido em 7 tópicos. Na edição desta segunda-feira (10), teremos a explicação do que é “roadmap”, respondemos o que está acontecendo com as metas climáticas e mais.

1 – Em alta X em baixa

  • EM ALTA: 🌳Mesmo com adesão parcial, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) foi o destaque da Cúpula dos Líderes. Idealizado pelo Brasil, o mecanismo quer pagar países tropicais por manterem florestas em pé e já soma US$ 5,5 bi em compromissos – Noruega (US$ 3 bi), Indonésia (US$ 1 bi), Brasil (US$ 1 bi) e França (€ 500 mi) – destinando 20% a povos indígenas e comunidades tradicionais. O Brasil quer chegar a 2026 com US$ 10 bi em aportes.
  • EM BAIXA: ⛽ Mesmo com toda a empolgação em torno do “Belém 4X”, lançado para quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035, o silêncio sobre o fim dos fósseis chamou atenção. Brasil, Itália e Japão lideram a iniciativa, mas especialistas lembram que não dá pra falar em transição justa enquanto o petróleo segue no centro da economia.

2 – Brisa de esperança

Há dez anos, quase todos os países do mundo se reuniram em Paris e prometeram conter o aquecimento global bem abaixo de 2 °C. De lá para cá, o planeta emitiu cerca de 300 gigatoneladas de carbono, e o uso de combustíveis fósseis ainda cresce. Mesmo assim, há sinais de avanço.

Pela primeira vez, em 2025, a energia renovável superou o carvão como principal fonte de eletricidade no mundo.

Como cada tonelada de poluição evitada torna o planeta um pouco mais seguro, a missão agora da COP30 é acelerar a transição e garantir que ela seja rápida e justa, antes que a promessa de Paris se torne apenas memória. (Saiba mais sobre o que é transição energética lendo essa reportagem)

Painéis de energia solar cobrem campo de Yinchuan, na região autônoma de Ningxia Hui, na China — Foto: Reuters/Stringer

Painéis de energia solar cobrem campo de Yinchuan, na região autônoma de Ningxia Hui, na China — Foto: Reuters/Stringer

3 – Traduz aí, g1

O QUE É O MAPA DO CAMINHO: Você vai ouvir muito falar nesse termo durante a COP30. Ele não é só um jargão diplomático: é o jeito de dizer que o mundo precisa de um plano real, com etapas e prazos, para reverter o desmatamento, reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e financiar essa transição energética.

Na prática, o roadmap (em inglês) é um roteiro político e técnico: quem faz o quê, até quando e com quais recursos.

A expectativa agora é saber se Belém vai conseguir transformar esse discurso em resultado. Para muitos especialistas, sair da COP30 com um mapa do caminho global pode ser a principal medida de sucesso da conferência.

4 – Pergunta do dia: e as metas climáticas?

Até agora, pouco mais de 100 países enviaram suas novas metas para 2035 (as chamadas NDCs). Mas a maioria ainda está longe do necessário para conter o aquecimento global.

Para especialistas e organizações ambientais, Belém não pode ser mais uma COP protocolar. A conferência precisa restaurar a confiança no Acordo de Paris e entregar respostas políticas de alto nível, com metas mais ambiciosas e planos reais para esta década.

🌎ENTENDA: As NDCs são as metas climáticas dos países. Elas tem como principal objetivo manter o aquecimento global do planeta bem abaixo de 2°C até o final do século e buscar esforços para limitar esse aumento até 1.5°C, algo cada vez mais desafiador.

Precisamos que todos esses compromissos saiam do papel: que os países que ainda não apresentaram suas metas o façam, e que aqueles que já entregaram, mas com ambições limitadas, revejam e fortaleçam seus compromissos climáticos.
— Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

5 – Fóssil do dia

Manifestantes anunciam o “Fóssil do Dia” para o Brasil durante a COP23, em Bonn, na Alemanha, em 16 de novembro de 2017. Na época, o país foi criticado por propor subsídios bilionários à exploração de petróleo na camada do pré-sal. — Foto: John Englart

Manifestantes anunciam o “Fóssil do Dia” para o Brasil durante a COP23, em Bonn, na Alemanha, em 16 de novembro de 2017. Na época, o país foi criticado por propor subsídios bilionários à exploração de petróleo na camada do pré-sal. — Foto: John Englart

🦖 O “Fóssil do dia” é um “prêmio” é simbólico e irônico, concedido uma vez por dia durante as conferências climáticas da ONU.

A cada dia, o título vai para o país que mais atrapalhou as negociações ou tomou decisões contrárias ao avanço da agenda climática.

O prêmio não faz parte da programação oficial da COP, ele é concedido pela Climate Action Network, uma rede que reúne mais de 1,3 mil organizações da sociedade civil em mais de 130 países. Nesta segunda, a expectativa é saber quem será o primeiro “vencedor” da COP30. (Leia a reportagem)

6 – Você precisa conhecer

Museu do Artesanato Paraense destaca arte e sustentabilidade durante a COP30 — Foto: Agência Pará

Museu do Artesanato Paraense destaca arte e sustentabilidade durante a COP30 — Foto: Agência Pará

Vale parar um minuto e ler o Guia Cultural da COP30, preparado pelo g1 Pará.

A reportagem mostra como Belém se transformou durante a conferência: uma cidade inteira respirando arte, música e Amazônia.

Enquanto as negociações sobre o clima acontecem dentro dos pavilhões, fora deles a capital paraense ganha vida com exposições, feiras, festivais, debates e até uma praça flutuante sobre o rio Guamá.

O guia reúne os principais eventos gratuitos, de mostras de cinema e rodas de conversa a experiências sustentáveis espalhadas por toda a cidade.

É uma leitura que vale tanto pra quem vai estar em Belém quanto pra quem quer entender o espírito da COP30, não só nas salas de conferência, mas também nas ruas e nas águas da Amazônia. Leia aqui.

7 – Além da imagem

 

Pessoas reagem a bordo de um barco após a chegada, em Belém, de uma flotilha com representantes indígenas de toda a América Latina, antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), no Brasil, em 9 de novembro de 2025. — Foto: REUTERS/Adriano Machado

Pessoas reagem a bordo de um barco após a chegada, em Belém, de uma flotilha com representantes indígenas de toda a América Latina, antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), no Brasil, em 9 de novembro de 2025. — Foto: REUTERS/Adriano Machado

MAIS DO QUE UMA FOTO: A imagem acima mostra uma flotilha indígena chegando a Belém, neste último domingo (9), às vésperas da COP30. É importante porque simboliza a presença direta dessas comunidades em um evento que costuma ser dominado por governos e negociadores. Estima-se que cerca de 3 mil indígenas participem da conferência, o maior número já registrado em uma COP, com mil deles integrando oficialmente as negociações climáticas.

Amanhã, acompanhe mais um TERMÔMETRO DA COP30 com um apanhado de tudo o que foi discutido no primeiro dia da cúpula.

Até lá!