
As pesquisas tiveram início no Aquífero Alter do Chão, em Santarém (PA), que revelou um depósito de 86 trilhões de m³ de água. Depois, veio a confirmação de que esse reservatório era parte de uma rede ainda maior, o que deu origem ao conceito de SAGA.
Mais do que uma reserva, o aquífero tem papel ativo no equilíbrio climático. Estima-se que o SAGA transfira cerca de 8 trilhões de m³ de água por ano para outras regiões do Brasil, sustentando atividades agrícolas, enchendo reservatórios de hidrelétricas e regulando o ciclo da água.
“O maior desafio não é descobri-lo, mas gerenciá-lo com sabedoria”, alertam os cientistas envolvidos.
Desafios e riscos à preservação
Apesar de sua magnitude, ainda não há um diagnóstico completo sobre a qualidade da água nas camadas mais profundas do aquífero, já que os poços perfurados não passam de 500 metros. Além disso, a exploração descontrolada, o desmatamento e a contaminação do solo representam ameaças reais ao equilíbrio desse sistema.
Por se tratar de um aquífero transfronteiriço, que ultrapassa os limites nacionais, especialistas defendem que sua gestão seja feita em cooperação internacional, com regras claras de uso sustentável.
O maior patrimônio ambiental da humanidade
A descoberta do SAGA redefine a posição do Brasil no debate global sobre segurança hídrica. Em tempos de escassez crescente de água potável, o aquífero amazônico pode se tornar um dos ativos mais valiosos do planeta — desde que preservado.
A floresta que já é chamada de “pulmão do mundo” revela agora também ser o coração de um oceano subterrâneocapaz de sustentar a vida humana por séculos.