Autoexame indica risco grave para o coração mais perigoso que IMC alto, aponta novo estudo; veja como fazer

Pesquisadores acompanharam quase 1800 adultos de diferentes idades
Um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, sugere que uma métrica anatômica pode ser mais importante do que o índice de massa corporal, o conhecido IMC, para prever doenças cardiovasculares. Os resultados foram apresentados nesta semana em congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia (European Society of Cardiology’s).
Os pesquisadores chamam atenção para a importância de pessoas medirem a sua relação cintura-estatura (RCE), ou waist-to-height ratio (WtHR), na sigla em inglês. Dos 1.792 adultos entre 45 e 73 anos acompanhados, 132 desenvolveram insuficiência cardíaca. Eles foram divididos em três grupos: glicemia normal, pré-diabetes e diabetes. Segundo o estudo, quem tem um RCE de 0,65 ou mais tem três vezes mais chance de desenvolver esta condição, que pode ser fatal ao longo do tempo, já que a insuficiência cardíaca indica que o coração tem dificuldades de bombear sangue e oxigênio para os órgãos.
“O IMC é a medida mais comum de obesidade, mas é influenciado por fatores como sexo e etnia, além de não levar em consideração a distribuição da gordura corporal. Descobrimos que a RCE foi um preditor significativo de incidência de insuficiência cardíaca”, explicou o médico John Molvin, um dos pesquisadores, em entrevista ao portal New York Post.
Como medir o seu RCE
Para calcular a sua relação cintura-estatura (RCE), também chamada de relação cintura-quadril (RCQ), é preciso apenas uma fita métrica e uma calculadora.
- Meça a sua circunferência abdominal, mais ou menos na altura do umbigo ou dois dedos acima dele
- Divida o valor da circunferência abdominal pela sua altura, ambos em centímetros
- O resultado é a sua RCE
Por exemplo, se você mede 1,70m e sua cintura tem 90cm, você deve dividir 90 por 170, que dá 0,52.
Qual é a medida ideal de RCE?
Os pesquisadores e analistas clínicos indicam que o ideal é que sua cintura seja menor que a metade da sua altura. Ou seja, um RCE abaixo de 0,5. Entre 0,4 e 0,49, o seu RCE é considerado saudável.
Quais doenças o RCE pode prever?
Diferentemente do IMC, o RCE busca medir a adiposidade central, ou seja, o excesso de gordura no abdômen, onde estão os órgãos mais vitais. A alta gordura abdominal pode indicar uma tendência ao desenvolvimento de doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e até morte precoce.
O que fazer se o RCE for maior que 0,5?
O diagnóstico de insuficiência cardíaca precoce é fundamental para o tratamento. Se ela ainda não tiver sido desenvolvida, é possível também prevenir que ela apareça e melhorar a qualidade de vida do paciente. Caso o valor do RCE esteja maior do que o ideal, procure um cardiologista e veja o que pode ser feito para a sua atual condição.
Entre as principais causas de morte
Segundo o Ministério da Saúde, as doenças do coração foram responsáveis por 30% da mortes no Brasil, em 2023. Entre elas, estão infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca.
Mundialmente, o valor também é parecido. A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que 32% das mortes ao redor do mundo foram relacionadas a estas doenças, em 2019.