Microplástico no Sangue Vira Alerta Visual Impactante

Projeto da DM9 com a OKA Biotech transforma poluição invisível em alerta visual poderoso e propõe alternativa sustentável ao uso do plástico
Já imaginou beber água em um copo feito com microplásticos retirados do sangue humano? Essa é a provocação por trás de Plastic Blood, projeto criado pela agência DM9 em parceria com a empresa brasileira OKA Biotech. A iniciativa une design, ciência e sustentabilidade para expor, de forma simbólica e perturbadora, um problema silencioso: a contaminação humana por substâncias plásticas.
Utilizando microplásticos extraídos de 1.000 bolsas de sangue descartadas — cerca de 450 litros — por meio de processos de diálise adaptada e isolamento enzimático, a equipe transformou o material em objetos cotidianos como copos, canudos, sacolas e garrafas, impressos em 3D e exibidos em uma instalação artística.

O projeto ganha força ao traduzir em imagens concretas algo que normalmente passa despercebido. Estudos mostram que uma pessoa consome, em média, 5 gramas de microplásticos por semana — o equivalente a um cartão de crédito — através da água, de alimentos e do contato com embalagens.
Ao longo da vida, esse número pode chegar a 25 quilos de plástico dentro do corpo humano, afetando órgãos como pulmões, cérebro, útero e até o leite materno. As consequências à saúde vão de inflamações e doenças neurodegenerativas até riscos de câncer e demência.

“Queríamos transformar algo microscópico em uma experiência física e emocional. Plastic Blood não trata apenas de meio ambiente, mas de uma crise de saúde pública”, explica Laura Esteves, VP de criação da DM9.
Além do alerta, o projeto apresenta soluções concretas. A OKA Biotech, responsável pela parte científica da ação, desenvolve materiais biodegradáveis a partir de mandioca. Os produtos são resistentes, térmicos, comestíveis e 100% naturais — e podem substituir o plástico em diversas indústrias.

“O nosso processo é limpo e sustentável: zero resíduos, pouca água e energia renovável. Oferecemos às empresas a chance de reduzir sua pegada ambiental de forma prática e eficiente”, afirma Érika Cezarini Cardoso, fundadora da OKA Biotech.
O Brasil é o quarto maior gerador de resíduos plásticos do mundo e recicla apenas 1% do total produzido. Plastic Blood surge como um convite ao espanto e à ação.