Anchor Deezer Spotify

Fábrica da Novo Nordisk em MG cria sistema para aproveitar água da chuva e economiza quase 30%

Fábrica da Novo Nordisk em MG cria sistema para aproveitar água da chuva e economiza quase 30%

Fábrica da Novo Nordisk em MG cria sistema para aproveitar água da chuva e economiza quase 30%

Desde 2008, orientada por uma estratégia global de alcançar impacto ambiental zero, a fábrica brasileira da Novo Nordisk localizada em Montes Claros (MG) desenvolve projetos para redução de consumo de água em seus processos produtivos. A planta, construída em 2007, é a maior da América Latina na produção de insulina, hormônio usado no tratamento de diabetes.

Depois de obter economia significativa com o reuso de resíduo industrial e sanitário, que, após o tratamento adequado, é utilizado para irrigação das áreas verdes da fábrica, a companhia decidiu, em 2021, ir além. Conforme refletiu na época o diretor de Suporte à Produção e Public Affairs da Novo Nordisk, Robison Morais, era possível fazer mais pela sustentabilidade, com ênfase na gestão responsável e consciente de diversos recursos, incluindo a água.

“E se houvesse uma maneira de a fábrica produzir a sua própria água?”, sugeriu o executivo em reunião com o time de meio ambiente da companhia, além de ambientalistas e entidades da região. A solução proposta por um dos ambientalistas pareceu mais simples ainda: “Por que não reaproveitar a água da chuva?”.

E foi assim que, após muita análise do clima da região e reuniões de briefing, foi definido o escopo final do projeto: a construção de um sistema para captação e tratamento de água de chuva para uso na produção de insulina – hormônio que tem mais de 90% de água em sua composição. A Novo Nordisk é pioneira no país a utilizar água captada e purificada dentro da própria empresa para produzir medicamentos.

Aproveitamento pluvial

A construção do sistema de aproveitamento pluvial levou um ano, incluindo mais de 3 quilômetros de tubulação para captação de água das chuvas, além de um reservatório com tamanho de um campo de futebol, com capacidade de uso de 80 milhões de litros por ano. O novo sistema entrou em funcionamento em janeiro de 2023.

“O processo começa na captação da água da chuva pela tubulação, depois ela passa por uma primeira filtragem, que elimina resíduos mais grossos, como pedaços de madeira, para, enfim, chegar à estação de tratamento de água. Após um rigoroso processo de purificação, a água é usada na produção de insulina”, explica o executivo em entrevista à Época NEGÓCIOS. “Todo o processo é monitorado digitalmente e, se alguma coisa sair do parâmetro, um alarme é acionado e o sistema para imediatamente”.

Segundo ele, com o novo sistema, já foi possível obter uma economia de quase 30% no consumo da água fornecida pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) à fábrica. Ele explica que o projeto foi concebido para atingir 40% de economia, e só ainda não o fez pelo fato de o primeiro ano ter sido de adaptação e por depender também da sazonalidade das chuvas. Além de a água reutilizada ser destinada à produção de insulina, ela também é usada no sistema de refrigeração e na irrigação das áreas verdes da fábrica.

“Mais do que a economia no consumo de água da fábrica, o maior resultado obtido é o reaproveitamento dessa água de chuva, disponibilizando mais água para a sociedade, visto que Montes Claros é uma região de seca, com pouca água. Um projeto de preservação do meio ambiente deve sempre andar de mão dada com a responsabilidade social”, afirma.

Apoio às comunidades carentes

Paralelamente, pensando na qualidade de vida das comunidades do entorno, por meio do projeto ‘Novo Gerador de Água’, a Novo Nordisk doa caixas coletoras de chuva para as comunidades carentes e rurais, parques e associações, além de compartilhar conhecimentos essenciais sobre captação de água da chuva e soluções para irrigação na região.

Em parceria com um fornecedor local, os tanques captadores são produzidos a partir de resíduos plásticos da fábrica, provenientes da produção das canetas de aplicação da insulina.

Essa iniciativa já beneficiou 12 instituições regulares e coletou cerca de 500 mil litros de água, contribuindo para o equilíbrio hídrico da região.