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Nordeste tem recordes consecutivos de geração de energia eólica

Nordeste tem recordes consecutivos de geração de energia eólica

Entre julho e setembro, os ventos são mais intensos e consistentes

O mês de agosto começou registrando uma nova marca histórica na geração eólica na região do Nordeste. Na última quinta-feira (1º), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou, às 5h48, a geração de 19.083 MW de potência, número que equivale a 180,4% de toda demanda da região naquele momento.

​​O montante seria suficiente para, naquele minuto, abastecer todo o Nordeste e ainda atender à demanda dos estados do Rio de Janeiro e Goiás, segundo a ONS.

Climatempo vento
Foto: Vasilios Muselimis | Unsplash

Este foi o segundo recorde consecutivo na produção de energia eólica em 2024. Anteriormente, em 23 de julho, às 21h09min, havia sido registrado a produção de 19.028 MW, valor correspondente a 152,8% da demanda do submercado naquele minuto. Em menos de 10 dias, a geração instantânea da fonte eólica atingiu um novo patamar.

O recorde anterior havia sido registrado há quase um ano: no dia 14 de agosto de 2023, às 22h56min, com 18.725 MW. O período do ano não é por acaso, estamos na “temporada dos ventos”. Entre os meses de julho e setembro, os ventos são mais intensos e consistentes, logo o período é favorável para a geração de energia eólica e, portanto, novos registros máximos podem ser verificados nas próximas semanas.

Consumo e geração de energia em 2024

O Brasil consumiu 71.317 megawatts médios de energia no primeiro semestre de 2024, volume 6,8% maior na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

O aumento verificado tem dois fatores principais: impacto do calor, com o uso mais intenso de equipamentos de ar-condicionado nos dias mais quentes e a performance dos 15 ramos de atividade econômica monitorados pela CCEE. Os setores de Saneamento, Serviços e Comércio são destaque no aumento no consumo de energia nos seis primeiros meses deste ano, sendo que os dois últimos também influenciados pela variação da temperatura, uma vez que estabelecimentos comerciais, além do ramo de hotelaria, usam com mais intensidade aparelhos de ar-condicionado em dias de calor.

eólica e solar
Foto: Vidar Nordli-Mathisen | Unsplash

Para suprir a demanda, ainda segundo o estudo, a primeira metade do ano foi marcada pela boa performance das energias renováveis. A atual matriz elétrica brasileira é composta por 88% de fontes renováveis, considerando que cerca de metade da energia gerada é de fontes hidrelétricas. A energia oriunda da força das águas entregou mais de 54 mil MW médios à rede, volume 2,4% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Eólicas, solares e usinas a biomassa, que produziram mais no comparativo anual, juntas geraram mais de 15 mil MW médios.

De acordo com a ONS, a projeção para 2027 é de um percentual de 89% de renováveis, com as fontes solares, eólicas e mini e microgeração distribuída chegando a 38% do total.