O que tem no fundo do mar?

A vastidão dos mares abriga coisas que a ciência ainda nem conhece, mas, graças aos avanços tecnológicos na oceanografia, a humanidade já pode alcançar até seus lugares mais profundos.
Nos litorais, onde o oceano é mais raso, estamos na chamada plataforma continental. Nessa região, que pode se estender a até 500 quilômetros da costa, a profundidade aumenta suavemente até cerca de 150 metros abaixo da superfície. Até as fossas oceânicas — os lugares mais profundos do planeta — há um grande caminho pela frente.
/i696430.png)
Composição do fundo do oceano
Depois da plataforma continental, os oceanos se tornam muito mais profundos rapidamente. Isso se deve aos chamados taludes ou declives continentais. Com uma inclinação acentuada, a profundidade aumenta rapidamente, podendo chegar aos 2 km ou mais, a depender do local. Assim como na plataforma continental, os materiais que recobrem essa região são predominantemente areia, rochas e lama — composta por sedimentos minerais e restos de organismos marinhos.
/i440154.jpeg)
Em locais de afastamento de placas tectônicas— como é o caso do Oceano Atlântico entre o Brasil e a África — o que se segue é uma vasta planície abissal. Estas regiões alcançam de 3.000 a 6.000 metros de profundidade e correspondem a quase 70% do oceano global. Apesar do nome, estas áreas não são totalmente planas, existem formações como colinas, vales e montes submarinos. Locais como esse não recebem luz solar e possuem uma fauna adaptada para estas condições.
Nas grandes profundezas
No centro das planícies abissais, encontramos as dorsais oceânicas — cadeias montanhosas nas profundidades do mar, onde as placas tectônicas estão, hoje, se separando. Para preencher o espaço deixado pelo lento afastamento delas, o magma no manto do planeta sobe, se integrando à crosta terrestre. É nessas regiões que se concentram as fontes hidrotermais oceânicas — as fumarolas — em que o calor do manto cria na água um ambiente que cientistas imaginam que seja próximo ao do surgimento da vida na Terra.
/i696434.jpeg)
Se, quando as placas tectônicas se afastam, elas criam as planícies e as dorsais oceânicas, quando elas se encontram — e uma entra embaixo da outra — o oceano chega a suas maiores profundidades. São as chamadas fossas oceânicas — a maior delas é a Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico, com 10.920 km de profundidade.
/i696440.png)
A ausência de luz e a alta pressão nesses locais tornam as fossas habitats inóspitos, mas alguns peixes e, principalmente, bactérias quimiossintetizantes, ainda os habitam. Estas não usam a luz como fonte de energia e, sim, moléculas como o metano ou compostos de enxofre, ferro e nitrogênio.