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ONG constrói cisternas em comunidades do sertão do Brasil

ONG constrói cisternas em comunidades do sertão do Brasil

Cada cisterna fornece água suficiente para uma família durante seis meses.

O Brasil é um país com dimensões continentais, isso todo mundo sabe. É como se existissem vários países dentro de um só. O que você talvez não saiba é que o clima semiárido atinge 12% de todo o território nacional. São 1.262 municípios, que abrigam quase 28 milhões de pessoas que lidam constantemente com a escassez de um recurso vital à vida: água.

Para quem vive em grandes centros urbanos, a água está ao alcance de uma torneira. Em outros biomas brasileiros, as chuvas são suficientes para abastecer grandes reservatórios e mananciais. Mas, na área conhecida como sertão, costuma chover apenas 800 mm de água por ano e, por lá, a água é realmente um artigo muito valioso e difícil de ser conseguido. Muitas famílias precisam caminhar vários quilômetros diariamente para coletar água de qualidade duvidosa em açudes e barreiros, tudo isso em nome da subsistência.

ONG constrói cisternas em comunidades do sertão do Brasil
Foto: Cassio Aranovich

Mesmo diante de tantas dificuldades, cerca de 38% das pessoas que vivem em regiões semiáridas estão em comunidades rurais e sonham em continuar a morar, plantar e criar seus animais nessas terras. Para ajudar a levar independência a essas famílias, o Instituto LUSS, uma organização não governamental sem fins lucrativos, criou um programa focado em levar independência, autonomia e dignidade às comunidades do semiárido piauiense através da água, segurança alimentar e desenvolvimento econômico.

A solução

O problema é enorme, mas existem soluções. O primeiro passo para proporcionar mais qualidade de vida às comunidades é garantir o acesso à água. Para isso, o Instituto LUSS usa duas estratégias principais: abrir poços e construir cisternas.

Abrir um poço não é algo tão simples. Antes de mais nada é necessário ter uma avaliação especializada e localizar se a região possui água subterrânea que justifique a abertura de um poço. Portanto, essa é uma solução pontual e que não pode ser aplicada a todas as famílias.

Sendo assim, a forma mais barata e prática de garantir que essas famílias tenham água em suas próprias casas é a partir da construção de cisternas, que são basicamente grandes reservatórios de água desenvolvidos para armazenar a água da chuva ou de outra fonte externa de abastecimento.

A construção de uma cisterna é muito simples e, com a estrutura ideal e mão de obra capacitada, uma cisterna fica pronta em apenas dois dias. Elas só não são mais comuns no sertão do Brasil devido aos valores necessários para sua construção. Cada cisterna custa, em média, R$ 3,5 mil, mas é capaz de fornecer água suficiente para abastecer uma família de quatro a seis pessoas durante seis meses.

Força-tarefa

Depois de identificar o problema e ter a solução, começa o trabalho do Instituto LUSS. Fundado há pouco mais de dois anos e formado totalmente por voluntários especializados em diferentes áreas, a ONG já conseguiu beneficiar 14 comunidades na região do sertão do Piauí. Neste período foram construídas 23 cisternas, 5 poços e algumas comunidades já estão aptas a darem um segundo passo rumo à independência hídrica e econômica.

Levar água a essas pessoas é apenas a primeira etapa de uma jornada muito mais ampla. O objetivo do Instituto é que, além de sanar a necessidade de um recurso básico à sobrevivência, essas pessoas tenham autonomia para desenvolverem as suas comunidades de forma sustentável.

Então, o segundo passo consiste na garantia da segurança alimentar. Os voluntários especializados fazem diagnósticos das comunidades para identificar quais tipos de culturas podem ser desenvolvidas a fim de proporcionar alimentos e gerarem renda às famílias. Nesta fase os beneficiados recebem treinamento e são ensinados a manterem hortas comunitárias, entre outras coisas.

Com os itens básicos garantidos, é hora de pensar no desenvolvimento econômico. Assim sendo, a terceira fase em direção à independência consiste em identificar os potenciais das comunidades para a geração de renda, seja através da agricultura familiar, pecuária, artesanato ou mesmo do turismo sustentável, que ainda tem um potencial enorme e pouco explorado em uma região rica em biodiversidade e cultura.

“O iLUSS é a resposta a um chamado feito a cada membro de nossa equipe. Nós nos consideramos uma organização de impacto e adoção comunitária, pois nos juntamos a cada comunidade beneficiada em uma jornada de despertamento que passa pela segurança hídrica, segurança alimentar e ativação econômica. Os desafios são gigantes, mas nosso propósito de entregar independência, autonomia e dignidade nas comunidades do semiárido é maior”, explica o presidente do Instituto LUSS, Guto Oliveira.

Faça parte

O acesso à água deveria ser universal, mas ainda não é. Enquanto existirem pessoas sofrendo para acessarem um item tão básico, ainda existirá muito trabalho. Não é necessário ir até a África para lidar com os problemas da seca, eles estão aqui mesmo em nosso quintal, afetando milhares de pessoas no nordeste do Brasil. Quem tem sede, tem pressa. Portanto, se você gostaria de fazer parte dessa transformação, levando mais qualidade de vida às comunidades sertanejas, colabore através de doações ou seja um voluntário.

O Instituto LUSS tem o objetivo de fechar o ano com 30 cisternas entregues a famílias do sertão do Piauí. Faltam apenas sete unidades para que esse alvo seja alcançado. Doe e ajude a mudar vidas e a fazer esse sonho virar realidade.

Saiba como apoiar clicando aqui.