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Néctar de flores pode inibir parasita que causa leishmaniose, mostra estudo

Néctar de flores pode inibir parasita que causa leishmaniose, mostra estudo

Segundo um novo estudo publicado na revista científica PLOS Neglected Tropical Diseases, o néctar floral de algumas plantas tem a capacidade de inibir infecções causadas pela leishmaniose. Os pesquisadores afirmam que flores, como o girassol, podem reduzir o crescimento do parasita que causa a doença.

De acordo com os resultados do estudo, concentrações de compostos químicos presentes no néctar das flores foram responsáveis por inibir o crescimento do parasita. Inclusive, o crescimento dessas plantas em laboratório pode aumentar os compostos que ajudam a reduzir a causa da doença.

A infeção é transmitida pelo mosquito da família flebotomíneos hematófagos, que também se alimentam do néctar das flores. Ou seja, nas regiões em que os insetos consomem mais néctar, a doença pode ser inibida mais facilmente.

parasitaIlustração mostra o Leishmania, parasita causador da leishmaniose (crédito: Shutterstock)

“Em contraste com os métodos de controle de flebotomíneos baseados em inseticidas, a incorporação de fontes de néctar antiparasitários em paisagens e ambientes domésticos pode beneficiar a saúde pública sem ameaçar outros insetos benéficos”, disse o autor do estudo afiliado ao Laboratório de Pesquisa de Abelhas do USDA-ARS (Agricultural Research Service, dos EUA), Evan Palmer-Young.

Néctar salvador

Segundo os pesquisadores, a descoberta sugere uma nova abordagem de controle de flebotomíneos, usando o néctar das plantas para alimentar os transmissores e inibir a doença — atualmente, o controle desses insetos é realizado com inseticidas que podem afetar a natureza ao seu redor. Assim, a nova opção também é melhor para contribuir com o meio ambiente e usa os seus próprios recursos.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a infecção comumente acontece em algumas das áreas mais pobres do mundo e muitas vezes infecta pessoas com desnutrição e baixos níveis de imunidade.

“Isso sugere que o consumo de néctares ricos em metabólitos secundários pode mitigar a transmissão do parasita, reduzindo a intensidade da infecção em vetores de flebotomíneos que se alimentam de néctar, apontando para uma nova estratégia de controle de doenças sem drogas e inseticidas”, os cientistas disseram ao Medical Express.