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Inseto descoberto na Austrália é batizado em homenagem à drag RuPaul

Inseto descoberto na Austrália é batizado em homenagem à drag RuPaul

Entomologista diz que a mosca parece uma “pequena joia zumbindo no chão da floresta”

Primeiro veio a mosca Beyoncé, ou scaptia beyonceae, em 2011. Uma década depois, o ícone cultural RuPaul também virou nome de espécie do mundo animal.

A mosca RuPaul faz parte de um novo gênero australiano chamado Opaluma (das palavras latinas para opala e espinho), e, portanto a nova espécie foi batizada de opaluma rupaul. O motivo, segundo o entomologista Bryan Lessard, é que elas se parecem com “pequenas joias zumbindo no chão da floresta”.

O entomologista do CSIRO (Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation) disse que a prática crescente de nomear insetos com nomes de ícones da cultura pop ajudou espécies ameaçadas a ganhar atenção em meio a crises ambientais como as mudanças climáticas. “Há uma nova onda de entomologistas usando a cultura pop para gerar interesse em nossa ciência e no que fazemos. Com os esforços de recuperação dos incêndios florestais, normalmente o interesse vai para as espécies fofas como os coalas, mas muitos dos invertebrados não ganham nenhuma atenção e são eles os trabalhadores essenciais do nosso ecossistema… é muito importante que os estudemos”, disse o especialista ao The Guardian.

Lessard afirma ainda que nomear a nova espécie de Opaluma rupaul foi uma “decisão óbvia”. “Eu estava assistindo muito à série RuPaul’s Drag Raceda Netflix, enquanto examinava as espécies e sei que isso desafiaria a RuPaul na passarela servindo a olhares ferozes. Ele tem uma fantasia de cores do arco-íris metálicas brilhantes. Acho que assim que (Ru) ver essa mosca, vai perceber que é bastante feroz e, espero, apreciar o nome”, afirmou.

Nove das 13 novas moscas nomeadas por Lessard são de áreas gravemente queimadas pelos incêndios florestais de 2019-20 na Austrália. Duas espécies foram avistadas apenas no parque nacional Lamington, em Queensland, que perdeu 80% de sua cobertura durante os incêndios.

“Nomear uma espécie é o primeiro passo para entendê-la e protegê-la, porque caso contrário, ela seria invisível para a ciência. Provavelmente perdemos milhares de espécies que nem conhecíamos nos incêndios florestais porque não foram documentadas, quando é tão importante que nossas espécies nativas recebam essa atenção. É por isso que quero dar a eles nomes fabulosos, para deixar as pessoas entusiasmadas com eles”, disse Lessard.