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Carro elétrico emite 2,5 vezes mais CO₂ do que veículo movido a biocombustível

Carro elétrico emite 2,5 vezes mais CO₂ do que veículo movido a biocombustível

O carro elétrico emite 2,5 vezes mais CO₂ do que veículo movido a biocombustível. A informação vem de uma nota técnica publicada no último mês de junho pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), considerando toda a cadeia de produção e uso da energia, no chamado ciclo de vida “poço-à-roda”. A análise faz parte do estudo “Descarbonização do setor de transporte rodoviário – Intensidade de carbono das fontes de energia”.

O estudo tem como objetivo orientar decisões estratégicas do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), especialmente na implementação do Programa Mover e da Lei do Combustível do Futuro (Lei nº 14.993/2024).

Programa Mover (sigla para “Mobilidade Verde”) foi instituído com a meta de promover maior eficiência veicular e incentivar o uso de combustíveis com menor impacto ambiental. Regulamentado pelo Decreto nº 12.435/2025, ele estabelece metas obrigatórias de eficiência energética para veículos, alinhadas aos compromissos internacionais de descarbonização assumidos pelo Brasil.

Já a Lei do Combustível do Futuro busca expandir o uso de combustíveis renováveis, como o etanol, biodiesel e biometano, promovendo a mobilidade de baixo carbono e a valorização da matriz energética nacional.

Dentre suas medidas, estão o aumento da mistura de biodiesel no diesel B para até 20% até 2034, e a elevação do teor de etanol anidro na gasolina C de 27% para 30% a partir de 2026.

Biometano

O biometano é produzido a partir da purificação do biogás gerado por resíduos orgânicos urbanos e agropecuários. Com infraestrutura compatível com a do gás natural, ele pode abastecer tanto veículos leves quanto pesados. De acordo com a EPE, sua intensidade de carbono é uma das menores entre os combustíveis analisados:

A substituição do GNV fóssil pelo biometano poderá alcançar até 15% da frota até 2034, trazendo impactos significativos na redução de emissões.

Atualmente, o Brasil conta com 12 unidades de produção de biometano autorizadas pela ANP, e há previsão de que mais 35 entrem em operação até 2027, elevando a capacidade para mais de 2,1 milhões de metros cúbicos por dia.

Carros elétricos não são tão limpos

Carro elétrico emite 2,5 vezes mais CO₂ do que veículo movido a biocombustível (Imagem: Ernest Ojeh/Unsplash)
Carro elétrico emite 2,5 vezes mais CO₂ do que veículo movido a biocombustível (Imagem: Ernest Ojeh/Unsplash)

Embora os veículos elétricos sejam vistos como solução para a descarbonização, o estudo revela que a eletricidade utilizada no Brasil, apesar de majoritariamente renovável, ainda carrega intensidade de carbono superior ao biometano, devido às emissões associadas à geração, transmissão e ao ciclo de vida dos equipamentos.

A nota técnica esclarece que “a análise abrange todas as fontes de geração elétrica — fósseis e renováveis — presentes na matriz nacional”. Portanto, mesmo com avanços, os carros elétricos ainda apresentam emissões consideráveis quando se considera o ciclo completo da energia consumida.

Com a projeção de crescimento da frota de veículos leves de 37 milhões (2024) para 45,4 milhões (2034), e a ampliação do uso de biocombustíveis, o Brasil caminha para uma matriz de transporte mais limpa.

VÍDEO | Por que carros elétricos NUNCA serão uma realidade no Brasil?

Fonte: Agência GovEmpresa de Pesquisa Energética