Município de São Paulo é mais verde que o Rio de Janeiro, segundo dados do MapBiomas
O Rio de Janeiro é bonito por natureza. A Olimpíada deste ano confirmou o efeito hipnótico da incrível paisagem de mar, praias, montanhas, cidade e floresta intercalados. Mas as imagens não contam a história completa. O município do Rio é bem maior do que a região com as atrações turísticas em áreas naturais, principalmente na Floresta da Tijuca.
Estou fazendo toda essa defesa prévia porque vou apresentar um dado que talvez seja chocante. Um levantamento da área coberta por florestas no sistema MapBiomas, o mais completo do país, mostra que o município do Rio é menos verde do que o de São Paulo.
Isso mesmo. São Paulo têm um percentual de florestas maior do que o Rio. São Paulo tem 30,3% de cobertura florestal. O Rio tem 23,5%. Por cobertura florestal, entende-se qualquer concentração de árvores que o satélite Landsat com resolução de 15 metros identifica.

A vitória de São Paulo se deve à Serra da Cantareira, no norte da cidade, e ao bloco de florestas na Zona Sul do município, no bairro de Parelheiros.
O índice do MapBiomas é mais generoso do que outro levantamento do Atlas da Mata Atlântica feio pela ONG SOS Mata Atlântica. Segundo a análise de imagens feita pela SOS, os municípios do Rio e São Paulo ficam empatados com 18% de remanescentes do bioma. “A diferença é que o índice do Atlas considera apenas as florestas nativas remanescentes com algum grau de saúde ambiental, capazes de manter a biodiversidade”, explica o geógrafo Marcos Rosa, responsável técnico pelo Atlas e pelo MapBiomas. Segundo ele, o dado do MapBiomas é mais inclusivo. “Ele pode incluir parques urbanos com espécies não nativas. As florestas indicadas por ele têm funções como proteção de mananciais”, diz.

O fato de o Rio ter menos florestas do que São Paulo seria mais um motivo para incluir arborização urbana no plataforma eleitoral dos candidatos a prefeito. E a vitória de São Paulo também não exime o futuro prefeito da cidade de se preocupar com o verde, uma vez que tirando os parques supracitados a mancha urbana paulistana é basicamente cinzenta, com bairros desérticos principalmente nas periferias. Um bom programa de arborização faria bem às duas cidades.